Retratos russos, a volta de Augusto de Campos e outras indicações culturais
FOTOGRAFIA | VLADIMIR LAGRANGE
A "Ilustríssima" fez três perguntas ao fotógrafo russo cujo trabalho é exposto na individual "Assim Vivíamos". Com 65 imagens em preto e branco, a mostra aborda o cotidiano rural e urbano da União Soviética a partir do final da década de 1950.
Caixa Cultural São Paulo | tel. (11) 3221-4400 | de ter. a dom., das 9h às 19h | grátis | até 25/9
Sua preferência pelo indivíduo ao invés das massas era uma escolha política?
Eu tirava fotos da vida cotidiana, da vida do homem simples. Encontrar o meu próprio herói me interessava muito mais que tirar retratos de uma massa sem personalidade. Por meio do meu herói a fotografia fala por si. Não era uma escolha política, mas uma escolha artística.
A arte deve ter preocupação política?
Acho que a arte não deve ter ligação com a política, pois ela deixaria de ser arte e se tornaria propaganda. E a propaganda não tem nada a ver com arte. São duas coisas completamente diferentes. A arte deve tocar a alma, a arte deve educar, deve fazer a pessoa refletir e pensar. E a propaganda é simplesmente um martelo que bate o tempo todo na cabeça, não é arte.
Como os russos veem a sua obra hoje?
Eu acredito que a geração mais velha, a minha geração, olha para o meu trabalho com certa nostalgia, pois é uma parte da vida dela que não existe mais. Eu mesmo tenho saudades. Alguns jovens me disseram certa vez que visitavam a minha exposição pois queriam ver com os próprios olhos como era esse país do qual seus pais tanto falam. Acho que para eles se trata de uma realidade exótica, que não existe mais. (PHILIPPE SCERB)
Vladimir Lagrange/Divulgação | ||
"Solfejo" (1967) |
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TEATRO | FICÇÃO E 2 FICÇÕES
Seis monólogos autobiográficos dos atores da companhia Hiato deram forma, em 2011, à peça "Ficção" (1). Em coprodução com o Kunstens Festival des Arts, de Bruxelas, a companhia finalizou ano passado a segunda etapa do projeto com a peça "2 Ficções" (2). Nela, os experimentos autobiográficos se organizam em torno da apresentação de um espetáculo teatral ainda em processo.
Tusp | tel. (11) 3123-5233 | (1) de qua. a sex., às 20h30; até 21/8 | (2) sáb. e seg., às 20h30; dom. às 19h; até 24/8 | R$ 20
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LIVRO | AUGUSTO DE CAMPOS
Participante do grupo Noigandres (1952), com seu irmão Haroldo e Décio Pignatari, o poeta lança, 12 anos depois da publicação de seu último livro, a coletânea de inéditos "Outro". O volume traz poemas visuais e indicações de "clip-poemas" que podem ser vistos na internet. Projeto e execução gráficos realizados pelo autor.
Casa das Rosas | tel. (11) 3285-6986 | seg. (3), às 19h Perspectiva | R$ 59 (120 págs.)
Reprodução | ||
Poema "maiakóvski-brinde" (2005) |
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MÚSICA | PASSO TORTO & NÁ OZZETTI
O grupo Passo Torto e a cantora Ná Ozzetti lançam o disco "Thiago França", fruto da residência artística "Ocupação: Música" de agosto do ano passado, com dois shows. O disco pode ser baixado gratuitamente no site passotorto.com.br
Sesc Santo Amaro | tel. (11) 5541-4000 | sex. (7), às 21h; e sáb. (8), às 20h | R$ 20
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LIVRO | A REVOLUÇÃO COREANA
Parte da coleção "Revoluções do Século 20", o volume escrito por Analúcia D. Pereira, Helena H. Melchionna e Paulo F. Visentini faz amplo panorama da história norte-coreana desde a revolução, passando pela Guerra da Coreia e a reaproximação sino-americana, até chegar a hoje. Variáveis geopolíticas e culturais servem à análise da doutrina Juche.
Editora Unesp | R$ 25 (196 págs.)
Livraria da Folha
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