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17/01/2012 - 09h30

Pão de Açúcar cria "pacote" ambiental e reduz preço de sacola

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CAMILA FUSCO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

O Grupo Pão de Açúcar inicia neste mês um pacote de ações ambientais para reduzir o impacto de emissões de carbono de lojas, escritórios e operações virtuais e também diminuir o volume de resíduos ambientais.

Segundo Hugo Bethlem, vice-presidente executivo de relações corporativas, a estratégia começa já na próxima semana com a eliminação das sacolinhas plásticas em 700 supermercados, hipermercados e drogarias do Estado de São Paulo, em linha com a política que será adotada por outras instituições da Apas (Associação Paulista de Supermercados), e com a redução dos preços das sacolas retornáveis.

"O preço deverá cair de R$ 2,99 para R$ 1,99 para estimular o consumo das sacolas retornáveis", disse à Folha durante o evento anual do varejo promovido pela NRF em Nova York.

Sacolinhas plásticas biodegradáveis de amido de milho também serão vendidas pelos supermercados da rede e custarão R$ 0,20 cada. Na avaliação de Bethlem, entretanto, a expectativa é que o consumidor escolha o produto apenas para emergências.

"Em Jundiaí, onde testamos o produto há mais de um ano, as sacolinhas de amido de milho representam apenas 5% do total das vendas", disse.

Em fevereiro, a rede iniciará a venda também no Estado de sacolas verdes de longa duração, que também devem custar R$ 2,99. "É o conceito de duração para a vida toda, feita com plástico verde e que o consumidor poderá trazer até mesmo desgastada, que faremos a troca", afirmou.

EMISSÃO DE CARBONO

Outra iniciativa será o monitoramento de emissões de carbono, com sistema da alemã SAP que roda na internet, no modelo de computação em nuvem. É a primeira implantação de um sistema do gênero em varejista na América Latina.

O software medirá sete categorias de poluentes emitidas por 16 áreas, incluindo escritórios, 1.800 lojas, e na operação virtual, principalmente na área de logística. A partir da extração de dados, será possível avaliar quais práticas poluem mais e traçar estratégias de redução, segundo Bethlem.

Até agora 1.300 unidades já foram avaliadas e a expectativa é que até o fim do mês seja feita a fase final de coleta dos dados. Os relatórios serão gerados em fevereiro.

Os resultados das medições poderão impactar no modelo de negócios, na infraestrutura adotada pelo grupo e até na seleção dos produtos vendidos nas lojas. O software permitirá também fazer simulações de emissões.

"Importar um produto é barato, mas agora não vai ser só o preço absoluto. A emissão de carbono também será levada em consideração quando comparo com um produto nacional", afirmou Bethlem.

Em transporte de alimentos e de produtos de grande porte estão alguns dos principais desafios para redução. Uma das alternativas será a substituição de parte dos 1.700 caminhões que usam combustível tradicional por veículos elétricos ou mesmo bicicletas no caso de produtos mais leves.

O programa elevará o nível da seleção de produtos vendidos e o desafio será criar uma estratégia para administrar o novo modelo de negócios.

As ações de sustentabilidade e controle de emissões impactarão também a remuneração variável dos executivos, em um movimento para incentivar os líderes a revisar as práticas de suas áreas de negócios.

"O programa poderá custar até mais caro imediatamente, mas será revertido em economias futuramente", afirmou Bethlem.

O valor dos investimentos nos programas não foi divulgado.

LONGO PRAZO

Segundo Bob Phibbs, especialista americano em varejo, os investimentos em projetos sustentáveis cada vez mais freqüentes entre as empresas são mais do que puro marketing.

Além de o apelo ser forte entre consumidores que apóiam iniciativas de sustentabilidade e de fazer o estabelecimento se destacar pelo "bom comportamento", as empresas podem ser beneficiar de reduções de custos em longo prazo, com energia, água e mesmo embalagens.

Sobre o tema, o ex-presidente Bill Clinton, que discursou ontem para varejistas, afirmou ainda que sobre os benefícios que podem ser atingidos também com os prédios verdes, que utilizam painéis solares e fazem reúso de água.

"Só a economia de 25% trazida com a adaptação de prédios para energia elétrica solar, por exemplo, já compensa em médio prazo o preço do retrofit (remodelagem da infraestrutura)", disse.

Meio ambiente é um dos temas a que Clinton está se dedicando depois de deixar a presidência americana em 2001. Entre os eventos que participou esteve o Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado no Brasil em março do ano passado.

A jornalista CAMILA FUSCO viajou a convite da SAP Brasil

 

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