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12/08/2012 - 04h00

Crédito imobiliário ganha mais agilidade

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MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

O forte crescimento do crédito imobiliário durante os últimos anos fez com que os bancos concentrassem esforços para reduzir a burocracia nessas operações, que estão entre as mais complexas do sistema financeiro.

O total financiado com recursos da poupança aumentou quase 45 vezes entre 2002 e 2011, quando chegou a R$ 79,9 bilhões, de acordo com dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). A previsão é encerrar este ano com R$ 95,9 bilhões.

As instituições discutem o registro eletrônico e a padronização dos contratos.

"A ideia é transmitir, por meio de um sistema, o contrato para o cartório, que o devolve da mesma forma", diz Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip.

Assim, o comprador não precisará levar o documento pessoalmente até o cartório, esperar dias para que seja feito o registro na matrícula do imóvel e depois voltar ao banco com os papéis.

Após a mudança, a previsão é que essa etapa seja cumprida em uma semana --o prazo médio hoje é de 30 dias. As discussões sobre a alteração tiveram início no ano passado, mas ainda não há prazo para a entrada em vigor.

O presidente da Arisp (Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo), Flauzilino Araújo dos Santos, diz que o maior entrave é a necessidade da assinatura eletrônica dos envolvidos.

"Estamos avaliando a possibilidade de somente o banco assinar eletronicamente. Faríamos a mudança na escritura com base no documento enviado por ele", diz.

Há, no entanto, que ser estudada a validade jurídica dessa operação.

Os bancos querem também padronizar os contratos, para viabilizar o registro eletrônico. "Com um único formato nos contratos, ficará mais fácil a transmissão dos dados", diz Lazari Junior.

MUDANÇAS

O prazo e o número de documentos pedidos para o financiamento vêm caindo, segundo a Abecip. Há cinco anos eram solicitados cerca de 45 documentos. Atualmente, a média é de dez itens --há variações por instituição.

Em relação ao tempo de aprovação após o envio dos papéis, os bancos estimam uma média de 15 dias, ante os 60 dias de 2007.

Apesar das melhoras, os mutuários ainda reclamam da burocracia. O empresário Adiel Henrique, 38, quase perdeu a compra de um imóvel por causa da demora na aprovação do crédito.

Contando com o dinheiro que receberia, o vendedor atrasou três prestações de outro apartamento. "O meu crédito foi rejeitado por causa da dívida dele, que era com o mesmo banco", lembra.

O empresário precisou recomeçar todo o processo de aprovação do financiamento em outra instituição, que disponibilizou os recursos com mais agilidade. "Corri o risco de perder o negócio porque o vendedor voltou a colocar o apartamento à venda."

EXPANSÃO

O crédito imobiliário ficou mais atrativo para os bancos após a criação da alienação fiduciária, usada desde 2002. Hoje, esse é o segmento de maior crescimento do crédito brasileiro.

Nesse tipo de garantia, a propriedade do bem fica com a instituição durante o financiamento, facilitando a retomada do bem em caso de inadimplência.

"Apesar de não ter um grande "spread" [diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o quanto cobram dos clientes], é um produto de longo prazo que fideliza o cliente por muitos anos", afirma Bruno Gama, diretor-geral da CrediPronto, joint venture entre Lopes e Itaú.

O prazo máximo do financiamento é de 35 anos.

Editoria de arte/Folhapress
 

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