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Faturamento da indústria de máquinas cai 6% em julho, diz Abimaq
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REINALDO CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O faturamento bruto da indústria brasileira de máquinas e equipamentos totalizou R$ 6,44 bilhões em julho, queda de 6% na comparação com o mesmo mês de 2011.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
A pesquisa mostra ainda que o faturamento no acumulado no ano somou R$ 46,35 bilhões, resultado 0,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Segundo Carlos Pastoriza, diretor secretário da Abimaq, o mau resultado de julho foi causado por setores da indústria que vivem um cenário de "recessão técnica", como os de máquinas têxteis (queda no faturamento de 21,2% em julho), máquinas plástico (queda de 48,5%) e máquinas-ferramenta (queda de 15,5%).
"Isso ocorre pelo cenário internacional, com diminuição de investimentos, o que causou uma redução no consumo de máquinas no Brasil nos últimos três meses", comentou.
BALANÇA COMERCIAL
Em julho, as exportações de máquinas e equipamentos alcançaram US$ 1,04 bilhão, um aumento de 2% em relação ao mês anterior. Já as importações foram de US$ 2,33 bilhões, um valor 0,9% menos do que em junho de 2012.
No acumulado do ano as exportações subiram 12,1% e as importações 6,1% sobre o mesmo período de 2011, resultando em um deficit da balança comercial de US$ 10,5 bilhões.
Pastoriza afirmou que os valores de julho mostram que a indústria começa a sentir timidamente os incentivos do governo, como a desoneração da folha, queda nas taxas de juros e valorização de cerca de 10% do dólar no segundo trimestre.
"Esperamos melhores resultados só a partir do quarto trimestre, mas os estímulos vieram tarde. Ainda projetamos um deficit neste ano de US$ 20 bilhões, maior do que o verificado em 2011, que foi de US$ 17,8 bilhões. E vale lembrar que boa parte das exportações de julho foram intercompany, ou seja, pedidos de filiais de empresas brasileiras lá fora", afirmou.
No quesito empregos a indústria de máquinas e equipamentos segue mal.
Julho teve a sexta queda consecutiva e encerrou com 254.361 pessoas empregadas, queda de 3,2% em relação ao mesmo mês em 2011. A capacidade instalada também teve resultado negativo.
O chamado Nuci (nível de utilização da capacidade instalada) foi de 76,6%, em julho e no mesmo mês do ano passado foi de 82,6%.
MAIS APOIO
O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, está hoje em Brasília para conversar com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e apresentar estes números.
Segundo Pastoriza, a indústria brasileira de máquinas e equipamentos precisa de mais medidas de incentivo e agora de curto prazo.
"A desvalorização do real precisa avançar, os juros também devem cair mais porque na ponta tomadora ainda são altos, a carga tributária também precisam diminuir, os problemas do Custo Brasil precisam de atenção urgente e o país precisa rápido de uma estrutura adequada de defesa comercial. Sem isso vão rifar a indústria brasileira de transformação. Temos uma desindustrialização silenciosa, muitos empresários brasileiros estão deixando de produzir para no lugar importar e vender aqui dentro", diz.
No ano passado, a Abimaq ingressou com sete pedidos de salvaguarda contra produtos chineses no Ministério do Desenvolvimento. Os pedidos estão em avaliação.
A associação identificou que 800 produtos que vêm principalmente da China e têm preços muito inferiores aos de produtos fabricados no Brasil. Em alguns casos, os produtos chegam ao país valendo dez vezes menos.
Desses 800, em apenas três a Abimaq obteve resposta positiva de proteção do governo, com a fixação de preços mínimos para a entrada no Brasil. Para a Abimaq, o país é tímido em ações para proteger a produção doméstica.
"No lançamento da primeira fase do Plano Brasil Maior ano passado houve a promessa de aumentar o número de especialistas na proteção comercial brasileira, de cerca de 30 para 120 profissionais. Isso não ocorreu. Só para ter uma ideia, os EUA possuem 3 mil trabalhadores na defesa comercial. Não defendemos o protecionismo, mas estamos numa situação de emergência. A taxa média atual para importação de máquinas no Brasil hoje é de 6%. Alguns setores da indústria nacional mereceriam também a máxima de 35% imposta pela OMC e que a indústria automobilística conseguiu", finaliza.
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