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05/10/2012 - 12h02

Clima eleva preço de alimentos ao maior nível para setembro desde 2002

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PEDRO SOARES
DO RIO

O clima adverso no Brasil e que altera produções globais como a dos EUA aumentaram o preço de importantes produtos agrícolas como soja e milho e puxaram a inflação dos alimentos para cima neste segundo semestre. Em setembro, os alimentos subiram 1,96%, a maior alta para o mês do ano desde 2002. Considerando todos os meses, a aumento é o mais expressivo desde dezembro de 2010.

Com esse cenário, o grupo alimentação acumula alta de 6,43% neste ano até setembro, acima do 3,77% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Até junho, a distância era menor: o grupo alimentação somava alta de 3,26%, para um IPCA de 2,32% no período.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, a seca em importantes produtores mundiais fez subir as cotações internacionais principalmente de soja, milho e trigo. Com isso, houve aumento de alimentos, em setembro, como pão (3,17%), óleo de soja (2,67%), carnes (2,27%) e frango (4,66%) --estes dois últimos sob impacto a alta das rações animais.

"Toda a cadeia animal tem sido pressionada pelos alto custos das rações", disse Nunes dos Santos.

O clima desfavorável no Brasil também impulsionou os preços de batata inglesa (21,61%), cebola (16,81%) e arroz (8,21%). "Os alimentos vem aumentando em função da menor oferta de produtos importantes, como o arroz."

No caso do arroz, o aumento é fruto de uma redução da área plantada no país que resultou numa queda de 15% na produção neste ano, segundo Nunes dos Santos.

Vilão dos últimos meses, o tomate, por sua vez, interrompeu a tendência de aumentos --só em julho, o produto chegou a subir 50,33%-- e registrou queda de 12,88% em setembro.

IPCA EM 12 MESES

De acordo com a coordenadora do IBGE, os alimentos foram os principais responsáveis nos últimos meses por acelerar a taxa acumulada do IPCA em 12 meses. Com altas mensais superiores às registradas em 2011, o índice sobe desde julho, chegando a 5,28% em setembro. A meta oficial do governo para a inflação deste ano é 4,5%, com tolerância de dois pontos percentual --ou seja, pode ficar em até 6,5%.

Segundo Nunes dos Santos, não apenas os alimentos puxaram a inflação acumula para cima. Com alta de 0,51% em setembro, os serviços subiram abaixo do IPCA (0,57%), mas a taxa em 12 meses chegou a 8,51%, mais de três pontos percentuais acima do IPCA acumulado.

Os aumentos refletem a elevação da renda e do consumo das classes de menor rendimento, além da redução da oferta de trabalhadores que prestam alguns serviços, como os empregados domésticos --alta de 1,24% em setembro.

INPC

Índice que mede a inflação das famílias de menor renda (de até oito salários mínimos), o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu com mais força em setembro --0,63%, contra 0,45% de agosto na esteira do aumento dos alimentos.

O grupo tem peso maior nesse índice (28,74%) do que no IPCA (28,74%), pois famílias de menor renda destinam uma fatia maior do orçamento para a compra de produtos alimentícios. Com isso, o grupo alimentação no INPC subiu 1,40% em setembro.

 

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