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Empresário indiano investe na tecnologia limpa
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RANDALL SMITH
DO "NEW YORK TIMES"
Vinod Khosla exultou no ano passado com o setor da tecnologia limpa. Três start-ups de biocombustíveis na sua carteira de investimentos haviam acabado de abrir seu capital, e as ações haviam subido consideravelmente. "Desafio qualquer um a declarar que a tecnologia limpa feita da forma correta é um desastre", disse Khosla. "Geramos mais lucros do que qualquer um."
Desde então, o fundador da Khosla Ventures viu o valor dessas ações --da Amyris, da Gevo e da KiOR-- despencarem entre 70% e 90%. Suas participações, que chegaram a valer até US$ 1,3 bilhão, representam atualmente cerca de US$ 378 milhões.
As ações públicas de empresas de energia solar e eólica e de biocombustíveis se ressentem de pressões que afetam todo o setor.
O preço do gás natural segue baixo. A Europa recuou dos incentivos. Os subsídios americanos estão em xeque após a falência da fabricante de painéis solares Solyndra. A China oferece uma formidável competição de baixo custo.
Mesmo assim, Khosla despeja dinheiro nas start-ups. Ele recentemente investiu mais na LightSail Energy, que tenta desenvolver formas baratas de armazenamento energético. Sua empresa continua firme nas empresas de capital aberto --detém, por exemplo, 54% da KiOR. "Eu acredito que ele fez a maior aposta pessoal já vista na energia verde", disse Andy Bechtolsheim, que fundou a Sun Microsystems com Khosla há 30 anos e divide uma casa com ele no litoral da Califórnia.
Governos do mundo todo estão buscando fontes energéticas alternativas para reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis nocivos ao ambiente. Depois de o furacão Sandy ter assolado os EUA em outubro, o tema do aquecimento global voltou à baila.
Desde que fundou sua empresa de investimentos, em 2004, Khosla tornou-se um dos mais entusiasmados defensores da inovação pela tecnologia limpa, adquirindo participações em cerca de 60 start-ups desse setor.
A Ausra, empresa termossolar que havia atraído US$ 130 milhões em investimentos, foi vendida em 2010 à francesa Areva, construtora de usinas nucleares, por cerca de US$ 250 milhões, segundo uma estimativa.
A SeaMicro, fabricante de servidores de baixo consumo, foi comprada neste ano pela Advanced Micro Devices por US$ 334 milhões, ou mais de cinco vezes o valor investido por seus apoiadores, segundo Andrew Feldman, cofundador da SeaMicro.
Khosla não quis revelar os dividendos da sua empresa. Mas um dos seus fundos, que angariou US$ 1 bilhão para investir em tecnologia limpa e outras start-ups, apresenta um ganho de 30% desde 2009.
Nascido na Índia, Khosla, 57, fez mestrado em engenharia biomédica e administração nos EUA. Depois de criar a empresa de automação de design Daisy Systems, em 1982, tornou-se um dos fundadores da Sun Microsystems. Em 1986, ele entrou para a empresa de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers, da qual saiu em 2004 para atuar por conta própria. Logo se estabeleceu como um importante sócio capitalista no setor da tecnologia limpa, atraindo investidores de fora, como Bill Gates, o fundador da Microsoft. O ex-premiê britânico Tony Blair foi contratado como seu consultor.
Apesar dos altos e baixos do setor de energia limpa, "minha disposição para fracassar é o que me dá a capacidade de fazer sucesso", diz Khosla frequentemente.
O risco de fracasso é alto na tecnologia limpa.
Os projetos costumam exigir muito capital --pelo menos US$ 200 milhões para uma usina de biocombustíveis--, e o retorno pode levar anos, segundo Sam Shelton, engenheiro de pesquisas no Instituto de Tecnologia da Geórgia.
A meta de Khosla é se tornar sócio de empresas ainda em fase de criação.
Ele adquiriu em 2007 suas primeiras ações da KiOR, que busca converter lascas de madeira em gás e diesel. A KiOR está concluindo a primeira de cinco usinas planejadas no Mississippi, com um empréstimo de US$ 75 milhões sem juros concedido pelo Estado.
O executivo-chefe da empresa, Fred Cannon, disse que Khosla "tem uma ótima intuição sobre quando entrar no gás".
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