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07/02/2013 - 18h56

Cosan busca refinanciar parte da dívida de US$ 3,4 bi de compra da Comgás

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DA REUTERS

A Cosan vai buscar refinanciar parte da dívida feita para comprar a Comgás, caso o mercado apresente condições interessantes, disse Marcelo Martins, vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores da empresa, nesta quinta-feira (7).

"Nós temos interesse em refinanciar parte da dívida que foi levantada para aquisição da Comgás", disse Martins. "À medida que haja alguma oportunidade que faça sentido, nós vamos buscar refinanciar a dívida."

Ele disse que, por se tratar de uma dívida de longo prazo, a Cosan tem bastante tempo para avaliar uma operação deste tipo.

O executivo acrescentou que a empresa, que tem uma "joint venture" com a Shell em açúcar, etanol e cogeração, não espera sinergias resultantes da operação de compra da Comgás, ao menos em 2013. A aquisição, disse, foi feita devido à expectativa de crescimento da companhia --não tendo em vista as sinergias.

A Cosan comprou 60,1% na Comgás por R$ 3,4 bilhões no ano passado do BG Group.

O balanço trimestral divulgado ontem --alta de 55% no lucro líquido em 2012, para US$ 367 milhões-- foi o primeiro a incluir a Comgás e sua dívida.

Com isso, o endividamento líquido da Cosan subiu para R$ 8,8 bilhões, ante R$ 3,5 bilhões no segundo trimestre de 2012. No terceiro trimestre, a empresa já havia incluído na dívida os R$ 3,4 bilhões da aquisição, levantados por meio de debêntures.

O índice de alavancagem --a dívida líquida dividida pelo Ebitda proforma dos últimos dois meses-- passou para 2,4 vezes, o que é considerado pela companhia um nível razoável.

ETANOL

Apesar de margem de lucro apertada --às vezes até negativa-- na indústria de etanol, a Cosan vê uma possível retomada nos investimentos no setor devido à ampliação da oferta, disse Martins. "Nos próximos anos devemos observar a retomada do ciclo de investimentos."

A visão da companhia é de que o etanol deve ter um espaço na matriz de combustíveis maior do que a que ele ocupa atualmente, por seu papel relevante para a economia brasileira. O etanol, já chegou a responder por mais de 50% da matriz de combustíveis brasileira, mas hoje oscila pouco acima de 30%.

O vice-presidente financeiro disse que, pela análise dos dados da Petrobras e considerando a expansão de consumo e da frota de veículos versus a produção da gasolina, é possível perceber que o planejamento de longo prazo aponta para uma aumento do etanol na matriz de combustíveis.

LONGO PRAZO

Ele observou que o desempenho da Raízen Energia, divisão de açúcar, etanol e cogeração da Cosan em "joint venture" com a Shell, opera com margens positivas, mas "ainda não são absolutamente atraentes".

"A média do setor está agora próxima de zero ou negativa, o que não contribuiria para o aumento da produção e aumento da participação na matriz energética", observou. Ele ressaltou, no entanto, que a decisão sobre novos investimentos no setor depende de outros fatores além de apenas o preço "spot" (à vista) no mercado.

"Se você considerar que investimento em greenfield (novo projeto) leva em média cinco anos para entrar em produção e precisa de 20 anos para ser amortizado, a decisão depende de muito mais do que o preço spot, no dia de hoje", disse.

CANA-DE-AÇÚCAR

Martins disse também que a Cosan manterá investimentos para aumentar a produção de cana e melhorar o desempenho da Raízen Energia. "O nosso capex [investimento] principal, na cana, tem sido bastante forte --e aumentou bastante a capacidade de produção nos últimos dois anos", disse.

A companhia manteve sua previsão para investimentos em 2013 entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,4 bilhões, próxima dos R$ 2,1 bilhões do ano anterior, mas "deve soltar um 'guidance' [projeção] de mais produção no ano que vem", disse o executivo.

Maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, a Cosan já somou 56,2 milhões de toneladas na atual safra (2012/13), um pouco acima do teto da estimativa da companhia (entre 54-56 milhões de toneladas) e 6,2% a mais que o volume moído na safra passada.

Segundo a companhia, a alta reflete a recuperação e o deslocamento da safra para o final do ano passado, depois de um atraso no início do ciclo por questões climáticas. Apesar da projeção de alta na próxima safra também (2013/14), Martins não deu estimativas precisas sobre o volume.

 

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