Conar adverte Sephora e blogueiras por propaganda velada
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) advertiu a Sephora e três blogueiras por propaganda velada dos produtos da loja de cosméticos em textos publicados na internet.
Havia elogios a produtos como batons, esmaltes e delineadores, de marcas variadas.
Denúncias de dezenas de consumidores levaram o órgão a investigar se os textos eram pagos e não deixavam isso claro para o leitor, já que os conteúdos eram idênticos em diferentes blogs.
O grande número de denúncias pode ser resultado de mobilização por redes sociais, o que já ocorreu outras vezes, informou o conselho.
A decisão unânime pela advertência pública aos blogs de Thássia Naves, Lala Rudge e Mariah Bernardes, publicada na última quarta-feira (19), é considerada leve.
O Conar não pede que os posts sejam retirados do ar, apenas recomenda às blogueiras que deixem claro quando um post for patrocinado por alguma marca e tenha natureza comercial.
É a primeira vez que o órgão investiga um caso de propaganda disfarçada em blogs. Ainda é possível entrar com recurso --a decisão, porém, não tem efeito suspensivo.
No mês que vem, o conselho deve publicar em seu site a advertência pública contendo o resumo da denúncia, da defesa e da decisão.
As investigações começaram no final de agosto após denúncias de leitores que disseram ter encontrado o mesmo texto sobre produtos da Sephora nos sites das blogueiras.
OUTRO LADO
Por e-mail, a Sephora informou que somente se pronunciará quando a decisão completa for divulgada no site do Conar.
Procuradas, as blogueiras não quiseram se manifestar sobre o caso.
Após a decisão de quarta-feira, Lala Rudge um post contando como o "passatempo" acabou virando profissão para ela e a irmã Maria Rudge após blog atrair publicidade.
"Temos vários anunciantes aqui, que pagam pelo espaço publicitário (banners). Todos esses têm o nosso perfil, gostamos, usamos, são nossos parceiros! Nunca fizemos 'propaganda' de nada que fuja da nossa realidade, do nosso perfil, justamente para não perdermos a nossa credibilidade."
A blogueira negou ter feito propaganda velada dos produtos da loja com filial inaugurada em julho no shopping JK Iguatemi. "A Sephora paga por seu espaço publicitário e somente isso. Porém, todo lançamento que eles recebem, nos mandam. Eles [Sephora] jamais, nunca, compraram a nossa opinião."
Lala ainda questionou a liberdade de suas indicações para os leitores. "Se não pudermos dar nossas dicas aqui, perde totalmente o sentindo de ter um blog."
"Agora vivemos na ditatura?", questionou.
Thássia Naves também se pronunciou por meio de um post dizendo que espera "se divertir muito com tudo isso" e que usa todos os produtos que indica. "Nessa deliciosa troca não há nada 'fake', tudo que veem por aqui é indicação pessoal. São marcas, lugares e experiências que eu vivencio, me identifico e que acho bacana dividir."
Ela finalizou afirmando que o blog "não é um portal comercial" e que permanecerá assim, "mantendo sua credibilidade e essência sempre".
Mariah Bernardes, no final de agosto, declarou em seu blog que cometeu um equívoco ao não colocar a palavra "publipost" no final de seu comentário, que indica que o produto foi fornecido pela companhia para avaliação.
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