Consultorias lucram com o endividamento em alta
Instrutor de voo da Força Aérea, Rogério Olegário do Carmo notou que seus subordinados estavam desatentos. Receoso que isso causasse um acidente, questionou o que acontecia. Descobriu que dívidas acumuladas eram o motivo de estresse da equipe.
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Na busca de orientação profissional para resolver o problema, acabou se dedicando ao tema. Estudou e descobriu um negócio que, quase 20 anos depois, mostrou-se mais que oportuno. Largou a Força Aérea e, há oito anos, comanda uma consultoria financeira.
Com o endividamento recorde das famílias - apenas as dívidas bancárias representam hoje 44% da renda acumulada nos últimos 12 meses -, dicas e orientações sobre como planejar o orçamento familiar, livrar-se das prestações e poupar têm sido alvo de forte demanda.
DOENÇA
"A sociedade está doente. As pessoas acham que se não comprarem não são felizes", diz Carmo, que já atendeu mais de 500 famílias. Segundo ele, casos de "insolvência" que eram, no máximo, dois por ano no escritório, já chegaram a 12 neste ano.
"São pessoas que se venderem tudo não pagam a dívida. Não há o que fazer. Encaminhamos para advogados resolverem judicialmente."
Há dois anos atuando nessa área, Bruno Amaral Azevedo largou o emprego em um banco para investir em um negócio próprio. Hoje com 95 clientes, diz que as pessoas têm dificuldade em administrar muitas dívidas e, quando conseguem poupar, não sabem onde aplicar.
Com atendimento personalizado e um preço salgado (a hora custa entre R$ 350 e R$ 380), esses escritórios fazem um raio-x da situação financeira dos clientes, apontam soluções e traçam estratégias para que eles passem de endividados a poupadores.
Temas como previdência e veto aos parcelamentos são a base das sessões que, para os clientes, funcionam como "consultoria emocional".
Entre as regras básicas estão, antes de comprar, sempre se fazer perguntas do tipo: "Eu preciso? Tenho dinheiro? Tem que ser agora?".
O perfil de quem busca esse tipo de atendimento é variado. Há pessoas com renda de R$ 1.000 a R$ 85 mil.
As consultas podem ser semanais, quinzenais, mensais ou semestrais. É comum que os clientes sigam com dicas de investimento depois de se livrar das dívidas. As sessões podem ser feitas na casa do cliente ou no escritório das empresas. "Algumas são feitas até mesmo por Skype", afirma Azevedo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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