Banco do Brasil oferece R$ 2 bi por mais 25% do Banco Votorantim
Maior instituição financeira do país, o Banco do Brasil ofereceu cerca de R$ 2 bilhões para comprar mais 25% do Banco Votorantim. O objetivo do negócio é ampliar a influência no antigo banco da família Ermírio de Morais, com quem divide a gestão desde 2009 --quando pagou R$ 4,2 bilhões pela metade do banco.
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Apesar de chegar a 75% do capital, o BB seguirá com minoria do capital votante (49,99%) para não caracterizar a operação como uma "estatização".
Não interessa à cúpula do BB engessar a instituição às amarras de banco público. Como instituição privada, o Votorantim mantém a agilidade na tomada de decisões de investimento, empréstimos, participação de concorrências, além de contratação e remuneração de pessoal sem concurso público.
ACORDO DE ACIONISTAS
Apesar de permanecer como minoria do capital votante, o BB está propondo ao Votorantim um novo acordo de acionistas para ter mais controle sobre a gestão da instituição, como nomeação de diretores e eventual reestruturação de setores.
Editoria de Arte/Folhapress |
A reunião em que o BB ofereceu cerca de R$ 2 bilhões ocorreu na semana passada entre as cúpulas das duas instituições. Os sócios ficaram de estudar a proposta e dar uma resposta em seguida.
Segundo uma fonte, "a bola está com o Votorantim" e o negócio deve ser concretizado em breve.
Desde janeiro, o BB admitiu, em comunicado ao mercado, que estudava a possibilidade de comprar o restante da participação no banco.
Especializado em financiamento de carros usados, segmento de inadimplência alta, o Votorantim teve prejuízo de R$ 1,98 bilhão em 2012 devido às novas regras de contabilização de receitas e de perdas que obrigam a instituição a dilui-las ao longo do prazo do financiamento.
Antes, a venda de uma carteira de crédito, por exemplo, era contabilizada de uma só vez, podendo dar a falsa impressão de que as receitas adiantadas cobriam perdas que só mais tarde seriam materializadas.
SANEAMENTO
Por outro lado, o banco está saneado e deve voltar a dar lucro no último trimestre deste ano.
Com a adoção de sistemas de controle de risco do BB, o Votorantim reduziu a inadimplência no financiamento de carros de 6,1%, em maio do ano passado, para 5,3% em dezembro.
As atuações são complementares: enquanto o BB financia carro novo para os clientes nas agências, o Votorantim faz empréstimos dentro das concessionárias e nos feirões, para não-clientes.
O BB está em todos os segmentos de crédito a empresas, já o Votorantim tem um braço de investimento capaz de fazer operações customizadas para clientes de diferentes portes.
O Votorantim tem uma gestora de fundos que funciona como uma butique focada na alta renda. Já o BB é dono da maior gestora de recursos do país (BB DTVM) e atua mais no varejo bancário e com clientes institucionais, como os fundos de pensão.
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