JBS vira líder global em aves com aquisição da Seara
A JBS se torna líder global na produção de carne de frango após a aquisição da Seara Brasil, divisão de aves, suínos e processados do grupo Marfrig, anunciada oficialmente nesta segunda-feira (10).
A empresa, que já é a maior produtora de carne bovina do mundo, liderava o mercado de frango nos Estados Unidos e também tinha operações no México e em Porto Rico.
A companhia também dá um salto no segmento de alimentos processados, de maior valor agregado, e passa a ocupar a posição de segunda maior companhia do Brasil nesse segmento, atrás apenas da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
A expansão também impactará o seu faturamento, que deve subir para perto de R$ 100 bilhões. Segundo Wesley Batista, presidente da JBS, a Seara adicionará R$ 10 bilhões à receita global da JBS.
No ano passado, a JBS faturou R$ 76 bilhões, e a companhia estimava um crescimento para algo entre R$ 88 bilhões e R$ 90 bilhões em 2013 apenas com as unidades que já faziam parte do portfólio da empresa.
A JBS, que é líder mundial na produção de couros, também consolida a sua posição nesse mercado com a aquisição da Zenda, divisão de couros da Marfrig.
Para a Marfrig, o negócio representa a redução do seu endividamento, que atingiu R$ 13 bilhões no primeiro trimestre, em mais de 60%. "Praticamente zeramos a nossa dívida bancária. Todo o endividamento da Marfrig, a partir de agora, estará no mercado de capitais", disse Sergio Rial, presidente da Seara Foods.
Ao mesmo tempo, no entanto, o faturamento global da Marfrig cai em um terço, para R$ 16 bilhões. A empresa continuará na produção e venda de carne bovina, distribuição de alimentos e no mercado de "food service". A operação da Marfrig fora do Brasil não sofrerá mudanças.
"A melhor decisão neste momento foi adequar a estrutura de capital da empresa para crescer nos segmentos que sabemos fazer bem. A companhia teve origem no mercado de bovinos e opera bem nessa área", disse Rial. Segundo ele, a empresa também ganha fôlego para focar na sua expansão internacional, especialmente na Ásia.
A transação incluiu 30 fábricas e 21 centros de distribuição. A JBS também absorverá os produtores integrados de frango e marcas que pertenciam à Marfrig, como a Seara e outras adquiridas da BRF no ano passado, entre elas Rezende, Confiança e Doriana.
A capacidade de abate de aves da Seara é de 2,6 milhões de aves por dia, a de suínos é de 17 mil animais por dia e a capacidade de produção de alimentos processados, de 80 mil toneladas diárias.
DÍVIDA
A JBS pagará R$ 5,85 bilhões pelos ativos da Seara Brasil por meio de assunção de dívidas que vencem entre 2013 e 2017. "Estamos em uma posição bastante confortável para absorver esse endividamento", disse Wesley Batista, afirmando não serem necessárias, neste momento, captações adicionais para honrar esse endividamento.
Ele admitiu, porém, que a JBS poderá tentar renegociar prazos e condições de pagamento com os bancos, já que possui um perfil melhor do que o concorrente apresentava até a venda dos ativos.
O patrocínio da Seara à Fifa e à Copa do Mundo passa para a JBS. Já o patrocínio da empresa à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), segundo Rial, foi cancelado há cerca de um mês.
A divisão de aves da JBS será comandada por Gilberto Tomazoni, executivo que trabalhou na Sadia por cerca de 30 anos, ocupando, inclusive, a presidência da empresa.
As empresas esperam que a operação, que ainda precisa do aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), seja finalizada ainda neste trimestre.
BNDES
Sócio de ambas as empresas por meio de seu braço de participações, o BNDES avalia como "positivo o negócio anunciado entre JBS e Marfrig".
Para o BNDES, "a transação, que não implicará em aporte de recursos por parte do banco, deve agregar valor às companhias, beneficiando o setor como um todo."
Em nota, o banco ressalta que "aguarda o detalhamento da operação" --que, em princípio, "não altera as participações acionárias da BNDESPAR nas empresas" de 19,9% na Marfrig e 23% na JBS-- para "se manifestar formalmente" sobre os termos dos acordos de acionistas da duas companhias.
Como política de governo, o BNDES foi o grande fomentador da consolidação do setor de carnes no país, financiando fusões e aquisições de empresas brasileiras no exterior e comprando participações em frigoríficos brasileiros.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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