Eike deixa comando da MPX, que fará aumento de capital de R$ 800 milhões
O conselho de administração da empresa de energia MPX, do grupo EBX, do empresário Eike Batista, decidiu cancelar a oferta pública de ações prevista pela companhia e promover um aumento de capital de R$ 800 milhões por meio de uma operação privada, diante das condições desfavoráveis dos mercados acionários, informou a companhia nesta quinta-feira (4).
O conselho também aceitou a renúncia do empresário Eike Batista do cargo de presidente do conselho da MPX.
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A recomendação para o cancelamento da oferta pública e promoção da capitalização privada partiu do banco BTG Pactual, que tem atuado como assessor financeiro do grupo EBX.
Além disso, segundo a MPX, "investidores e acionistas relevantes da MPX não manifestaram interesse em participar da oferta pública". O empresário e gestores da MPX têm 29% da empresa, com a alemã E.ON detendo 36% e o restante em circulação no mercado acionário.
Um porta-voz da E.ON afirmou apenas que a renúncia de Batista ocorreu "por sua decisão pessoal". As ações das empresas do grupo EBX sofreram pesadas baixas na Bovespa nas últimas semanas, em meio à desconfiança de investidores sobre o fôlego financeiro das companhias e atrasos de projetos.
"Portanto, o BTG considerou que a oferta pública não seria viável em sua estrutura original nesse momento", divulgou a MPX. Inicialmente, a operação previa levantar pelo menos R$ 1,2 bilhão.
A capitalização será promovida ao preço de R$ 6,45 por ação, valor de fechamento da ação da MPX na quarta-feira.
Parcela de cerca de R$ 366,7 milhões da operação será subscrita pela E.ON, que em março fechou acordo para comprar mais 24,5% de participação na companhia de energia, numa operação de cerca de R$ 1,5 bilhão.
O restante poderá ser assumido pelo próprio BTG Pactual, que assinou compromisso para capitalização da empresa caso os atuais acionistas não subscrevam a parcela remanescente.
ESTALEIRO
Assim como a MPX, a OSX (estaleiro) também deve passar por mudanças em meio a uma reestruturação do grupo EBX.
A OSX venderia as duas plataformas que ficaram ociosas depois que a OGX desistiu de explorar algumas áreas na Bacia de Campos, anúncio que provocou um tombo das ações da petroleira na Bolsa e aumentou ainda mais a desconfiança de investidores em relação ao grupo.
Com o dinheiro, a OSX pagaria a espanhola Acciona, para quem deve R$ 500 milhões, e outros fornecedores. O plano é fechar o estaleiro e manter a empresa de leasing.
O grupo também teria planos de vender a mineradora MMX, empresa mais saudável junto com a MPX. Eike estaria demorando para fechar negócio porque considera os preços das ofertas baixos. Só que os interessados não têm pressa, porque a mineradora vai ficando mais barata na Bolsa.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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