Comércio tem queda de até 8% nas vendas em SP
As medidas de estímulo ao consumo e o crédito mais acessível foram insuficientes para impedir a queda no faturamento real do varejo, que chegou a até 8% no Estado de São Paulo nos quatro primeiros meses deste ano.
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Na média de dez segmentos analisados em 16 regiões paulistas, que envolvem 648 municípios, as vendas do comércio caíram 0,8% no quadrimestre, segundo pesquisa feita pela Fecomercio SP.
O pior desempenho foi o de loja de departamentos, com queda de 8%. O melhor, o das lojas de vestuário e calçados, com expansão de 3,8%.
O estudo é inédito e considera pela primeira vez o faturamento do setor a partir de informações fornecidas pelas empresas varejistas à Secretaria Estadual da Fazenda. Até então, as pesquisas disponíveis sobre comércio foram feitas por amostragem.
No acumulado de janeiro a abril, o setor faturou R$ 146,2 bilhões, sendo que a capital responde por quase um terço do total, R$ 45,7 bilhões. Das atividades avaliadas, quatro se retraíram, uma ficou estável e cinco tiveram alta nas vendas.
"O consumidor tem menos poder de barganha ao comprar em lojas de departamentos. Opta pelo varejo especializado na tentativa de negociar preço e melhores condições de pagamento", afirma Altamiro Carvalho, economista da Fecomercio.
MODELO ESGOTADO
A desaceleração do varejo, que ocorre de forma mais acentuada desde outubro, mostra, segundo economistas e fontes do setor, esgotamento do modelo de consumo baseado em desonerações fiscais e flexibilização do crédito.
"Com o maior nível de endividamento, o consumidor fica cada vez mais rigoroso. O crédito total para pessoas físicas cresce cerca de 6% neste ano em relação à média do ano passado.
Enquanto isso a inadimplência total, considerando os atrasos acima de 15 dias, cresce, desde dezembro, ao redor de 12% do volume de crédito, segundo o BC", afirma Carvalho.
Segundo Cláudio Felisoni, coordenador do Provar (Programa de Administração de Varejo, da USP), o impacto da inflação na renda deve frear ainda mais o consumo nos próximos meses.
"A tendência é consumir mais itens essenciais e postergar as compras de bens duráveis, com valor mais elevado."
No terceiro trimestre de 2012, sobravam 12,3% no bolso do consumidor após descontar as despesas consideradas essenciais (alimento, transporte etc.) e pagar as dívidas assumidas, segundo estudo do Provar. A previsão é que ele tenha só 8,3% à disposição neste trimestre.
Estoques elevados, antecipação de promoções e descontos negociados em setores como o de carros já sinalizam as incertezas para os próximos meses, diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (associação das instituições de crédito).
Editoria de arte/Folhapress | ||
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