OSX negocia devolver até metade da sua área no porto do Açu
A OSX, empresa de construção e serviços navais de Eike Batista, negocia a devolução de até metade do terreno que hoje ocupa no porto do Açu, segundo apurou a Folha com fontes que participam da operação.
O porto pertence a outra empresa de Eike, a LLX, e estende-se por 90 quilômetros quadrados no litoral norte fluminense. A OSX tem 3,2 quilômetros quadrados do terreno e paga aluguel por isso.
A devolução de parte da área é o primeiro passo do plano para sanear as contas da companhia. Ao reduzir o espaço ocupado, a empresa pretende economizar até R$ 100 milhões com aluguel por ano. O valor exato a ser poupado dependerá do acordo final sobre o tamanho da área que será devolvida.
A LLX perderá receita, mas poderá arrendar o espaço, localizado em área considerada nobre do terreno, de frente para o mar, a outra empresa.
Trata-se de um paliativo para a OSX. O problema financeiro de Eike com a empresa só deve começar a ser resolvido com a venda em massa das plataformas de exploração da companhia, avaliam executivos do grupo.
A OSX, que possui um estaleiro e bases de afretamento e operação de navios e plataformas, está no centro crise que se abateu sobre os negócios de Eike, juntamente com a OGX, de petróleo.
Ela foi criada para atender à demanda da petroleira por unidades de exploração. Com a desistência da OGX de manter investimentos em quatro de seus campos, a OSX não só teve encomendas canceladas, mas ficou com duas plataformas já prontas ociosas.
Os executivos de Eike empenham-se em passá-las para frente. Na semana passada, partiram numa viagem de negócios no exterior, o chamado "road-show".
CINGAPURA E LONDRES
A equipe, comandada pelo presidente da companhia, Carlos Eduardo Bellot, passou por Cingapura e Londres e teve reuniões com pelo menos sete investidores estrangeiros, segundo apurou a Folha.
No cardápio apresentado, as duas plataformas ociosas OSX-1 e OSX-2 e também a unidade OSX-3, que servirá a campanha exploratória da OGX. A avaliação é que essa última, por ter contrato e renda garantida, é mais valiosa aos olhos dos potenciais compradores, aumentando as chances de a negociação ser bem-sucedida.
A expectativa é arrecadar cerca de US$ 3 bilhões com a venda. Apenas 20% do total seria revertido em recursos à companhia. Mas a venda diminuiria de forma significativa a dívida da OSX, que chegava a R$ 5,5 bilhões ao final de março. Mais da metade do montante referia-se a empréstimos contraídos para a construção das unidades de produção.
Nenhuma proposta firme foi feita até o momento. Os executivos esperam, entretanto, que alguma negociação avance ao longo da próxima semana.
Eike já havia tentado vender as plataformas da OSX e até o próprio estaleiro para a Sete Brasil, empresa de sondas de perfuração para o pré-sal. A negociação foi conduzida pessoalmente pelo empresário e pelo banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que assessora o grupo X desde o início do ano, mas não foi para a frente até o momento.
Sem interessados pela empresa, o plano é deixá-la menor, vender o que for possível e transformar o estaleiro numa base para reparos de embarcações e não mais apenas para a construção de navios.
OUTRO LADO
OUTRO LADO
Procurada, a OSX afirmou, por meio de nota, que o novo plano de negócios da companhia, divulgado no dia 17 de maio, prevê o "faseamento" das obras de implantação do estaleiro na mesma área atual.
Segundo a empresa, "não houve qualquer alteração nos acordos vigentes entre a subsidiária OSX Construção Naval e a LLX" e o mercado será "prontamente informado nos termos da regulamentação aplicável".
Ainda de acordo com a nota, a OSX vem estudando "potenciais combinações empresariais e oportunidades de negócio similares, tanto para o estaleiro, quanto para as unidades de Leasing e Serviços, sempre no interesse da Companhia e com intuito de gerar maior valor para os acionistas".
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 28/03/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,35% | 128.149 | (12h18) |
Dolar Com. | +0,30% | R$ 4,9950 | (12h33) |
Euro | 0,00% | R$ 5,3954 | (12h31) |