Diante de alta recente do dólar, BC anuncia programa prolongado de leilões
Diante da valorização do dólar em relação ao real, o Banco Central anunciou nesta quinta-feira (22) um programa de leilões de swap cambial --que equivalem à venda de dólares no mercado futuro-- que vai durar pelo menos até 31 de dezembro.
Até o fim do ano, o BC deve ofertar ao menos US$ 54,5 bilhões.
A autoridade monetária já tem feito esses leilões com frequência no mercado para tentar conter a alta da moeda americana. O anúncio do programa de prazo mais longo, porém, que terá início amanhã, ajuda a dar previsibilidade aos investidores a respeito das intervenções.
Os leilões de swap ocorrerão de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia.
Além disso, às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra --outro mecanismo que também é utilizado para empurrar as cotações da moeda americana para baixo
Nesses leilões, o BC coloca no mercado, no momento da operação, determinada quantia em dólares com a garantia de recomprá-la após alguns meses, independentemente do valor que a moeda vai ter.
Se o BC julgar necessário, poderão ser oferecidos mais dólares. Até hoje, foram injetados US$ 45 bilhões no mercado, sendo a grande maioria por meio de swaps. Uma parte menor, cerca de US$ 3,8 bilhões, foi liberada por meio de leilões de linha de crédito.
Hoje, dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,77%, a R$ 2,432, um dia depois de ter batido recorde e fechado a R$ 2,451 na venda, maior valor desde 9 de dezembro de 2008.
Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com leve alta de 0,08%, aos R$ 2,429, maior valor desde 3 de março de 2009.
Para conter a alta da moeda americana, o Banco Central brasileiro fez um leilão de swap cambial tradicional. Foram vendidos todos os 20 mil contratos oferecidos, com vencimento em 1º de abril de 2014, por US$ 986,4 milhões.
AVALIAÇÃO
Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o programa anunciado pelo BC deve dar mais tranquilidade ao mercado.
"Com o anúncio, o BC quer acalmar os ânimos às vésperas da reunião do Copom [Comitê de Política Monetária], que acontece na semana que vem", diz Perfeito. O especialista destaca que temores em relação a uma fuga de dólares do Brasil estavam jogando as apostas de aumento do juro básico (taxa Selic) para cima.
"O novo programa do BC reforça no mercado a percepção de que o dólar não vai chegar a R$ 2,70 no fim do ano, com já vinha sendo projetado no mercado."
Especificamente em relação aos leilões de linhas de crédito, Perfeito destaca que a intenção da autoridade monetária é dar fôlego às empresas brasileiras, fragilizadas por dívidas em dólar e pela importação de insumos que, com a alta da moeda americana, também ficam mais caros.
Para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, a medida do Banco Central tem tudo para fazer a moeda americana "derreter" nos próximos dias.
Até então, a autoridade monetária oferecia títulos cambiais para substituir aqueles que estavam vencendo. Agora, colocou efetivamente mais títulos para suportar eventual demanda crescente pelo dólar. "Além disso, faz uma ponte com o mercado à vista, quando oferece as linhas de crédito."
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