China faz investida para garantir energia com o pré-sal brasileiro
No ano passado a China superou os Estados Unidos como maior importadora de petróleo do mundo. Por dia, os chineses consomem cerca de 10 milhões de barris, cinco vezes mais do que o Brasil.
Não é à toa que três chinesas estão entre as 11 empresas que vão participar do leilão do campo de Libra, na bacia de Santos, a maior descoberta já feita no país.
A área pode chegar a produzir 1 milhão de barris por dia em 2020, metade do que a Petrobras levou 60 anos para conseguir.
A investida chinesa é um recado de que a disputa será acirrada. "São as compradoras de reservas", define o diretor do Centro de Estratégia de Recursos Naturais e Energia, Jean Paul Prates. "É tudo o que a China deseja, um operador competente [a Petrobras] e garantia de reservas com menos risco do que em outros países", avalia.
Estarão na disputa a CNOOC (China National Offshore Oil Corporation), a CNPC (China National Petroleum Corporation) e a Sinopec, inscrita em parceria com a espanhola Repsol, de quem já é sócia no Brasil.
Elas se desenvolveram nos últimos 20 anos na busca de substitutos do carvão, depois que a China deixou de ser predominantemente rural.
A maior, a CNOOC, é especializada em exploração marítima; a CNPC atua em 27 países (incluindo Chile, Peru, Equador e Venezuela); e a Sinopec tem, desde 2009, um acordo de cooperação com a Petrobras, incluindo refino.
Prates aposta que, assim como o Japão --que precisa de uma alternativa à agora rejeitada energia nuclear, por causa do acidente de Fukushima--, a China vai jogar pesado no leilão e depois "sentar e assinar os cheques".
Era tudo o que a Petrobras precisava. Com o caixa apertado pela demora do ajuste dos combustíveis e 770 projetos em curso, além de 177 em avaliação, a estatal tem o pré-sal como seu maior potencial de ganhos.
A companhia tem reservas provadas de 3,4 bilhões no pré-sal da bacia de Santos e produção em torno dos 300 mil barris diários, em pouco mais de cinco anos.
O campo de Libra tem reservas recuperáveis (que ainda não estão provadas) da ordem de 8 a 12 bilhões de barris, e vai estrear o sistema de partilha no país, no qual o pagamento ao governo será em petróleo. O que sobrar, depois de retirado o custo para produção, será dividido entre os sócios do consórcio vencedor.
O mercado aposta que a Petrobras vai aumentar a fatia de 30% que tem compulsoriamente para algo em torno dos 50%, dividindo o campo com uma parceira chinesa.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 28/03/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,32% | 128.106 | (17h30) |
Dolar Com. | +0,68% | R$ 5,0140 | (17h00) |
Euro | +0,04% | R$ 5,3979 | (17h31) |