Telecomunicações e logística serão destaque em infraestrutura, diz BNDES
Mais focado nos próximos anos em financiamentos à infraestrutura por orientação do Planalto, o BNDES estima que dois setores dessa área terão, em especial, mais investimentos: o de telecomunicações, a fim se adequar às novas tecnologias como o 4G, e o de logística, para o qual o governo lançou um programa de estímulo.
Após um cenário de investimentos estagnados nos últimos anos, as teles devem, por uma questão de "sobrevivência", investir 34% mais de 2014 a 2017, com dispêndio total de R$ 125 bilhões no período. Os recursos são destinados à atualização tecnológica e a necessidade de se adaptar à maior transmissão de dados e armazenamento "nas nuvens".
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Já as áreas de logísticas devem receber R$ 164 bilhões, com alta de 57%. Os destaques serão ferrovias e portos (com altas de 108% e 125%, respectivamente), apesar do risco de regras ainda confusas e das incertezas quanto aos leilões de concessões --problemas reconhecidos pelo próprio BNDES.
Fernando Puga, técnico do BNDES, diz que o banco diz que assumiu, em suas estimativas, "uma posição conservadora" e levou em conta os atrasos já registrados nos projetos. Citou o caso do TAV (Trem de Alta Velocidade) entre Rio e São Paulo. Apesar da obra não ter saído do papel e nem uma data para ser licitada, "uma pequena parte" do empreendimento, diz, foi mantida na projeção.
Puga diz que a regulação dos setores de infraestrutura logística deve ser aprimorada nos próximos anos, o que deve facilitar os investimentos.
Para Thiago Borges, economista do Ibmec, os novos leilões de ferrovias e rodovias já deram sinais de que podem resultar em problemas e num menor interesse da iniciativa privada, ao contrário da oferta do campo de Libra do pré-sal. "É um modelo mais consolidado e um setor estratégico."
Além da necessidade de atualizar a infraestrutura e ampliar a capacidade de escoamento (o que afeta positivamente o PIB), o governo irá depender cada vez mais da arrecadação oriunda das concessões para fechar suas contas, segundo Gabriel Leal de Barros, economista da FGV.
É que a receita tributária ficará mais comprometida com desonerações e a economia tende a patinar nos próximos anos. O BNDES, porém, se mostra otimista e prevê um crescimento médio do PIB de 4% ao ano de 2014 a 2017.
O banco calcula que a taxa de investimento (valor dos recursos investidos na economia como proporção do PIB) será maior se o programa de concessões for levado adiante. A taxa sairá de 18,9% em 2013 para 21,5% em 2017, caso a iniciativa dê certo. Sem as concessões, o percentual subiria para 20,6% naquele ano.
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