OSX, outra empresa de Eike Batista, deve pedir recuperação na quinta-feira
A empresa naval OSX, de Eike Batista, deve pedir recuperação judicial amanhã, segundo apurou a Folha. O pedido envolverá dívidas de cerca de R$ 2,5 bilhões.
A OSX segue o mesmo caminho da sua principal cliente, a petroleira OGX, que também pediu proteção à Justiça para não pagar suas dívidas, na semana passada.
A recuperação da OSX atingirá as unidades de serviços e de construção naval, que controla o estaleiro da empresa no porto do Açu, no Rio.
A subsidiária OSX Leasing, sediada no exterior e dona das plataformas da companhia, não será afetada. A manobra vai permitir que a empresa tente vender as plataformas, avaliadas em cerca de R$ 7 bilhões, para começar a pagar as dívidas.
A decisão de entrar com o pedido de recuperação foi selada ontem, após a companhia fechar um acordo com os bancos credores Caixa e BNDES para rolar por um ano R$ 1 bilhão em empréstimos.
O acerto com os bancos não foi capaz de salvar a empresa, por causa dos protestos de fornecedores na Justiça. Sem a recuperação judicial, a OSX corre o risco de ter sua falência decretada.
Também ficou acertado ontem que a empresa receberá um aporte de R$ 120 milhões após entrar em recuperação judicial. Eike injetará R$ 100 milhões, e o restante virá de Votorantim e Santander, que garantiram os empréstimos de Caixa e BNDES.
A OSX tentava desde a semana passada conseguir um aporte de até R$ 100 milhões dos bancos, mas acabou obtendo um valor bem menor.
O acordo com os bancos quase não saiu ontem, depois de um desentendimento entre os representantes do Votorantim e da Alvarez & Marsal, que coordena o plano de reestruturação da OSX.
O ponto de discórdia estava nas garantias oferecidas pela empresa para os empréstimos. A solução encontrada foi colocar como garantia o valor restante da venda das plataformas.
O dinheiro obtido com as operações tem de ser usado para quitar a dívida da OSX com os detentores de seus títulos no exterior e outros bancos que financiaram a construção das plataformas. O que sobrar ficará com Santander e Votorantim.
Isso significa que esses bancos terão garantias melhores que os demais credores na recuperação judicial, o que aumenta as chances de receberem seu dinheiro mais rápido. A aprovação da garantia, porém, está pendente da aprovação do juiz que for indicado para o caso.
Com as plataformas fora da recuperação judicial, os fornecedores da OSX, com quem a empresa diz ter dívidas de R$ 650 milhões, dependerão do sucesso da reestruturação do estaleiro da empresa.
O plano de recuperação judicial estará baseado na entrada de novos investidores no estaleiro. A empresa espanhola Dragados e a brasileira Asgaard já assinaram memorandos de entendimento para se tornarem parceiras do empreendimento.
A OSX planeja ainda demitir cerca de 300 pessoas nesta semana, para diminuir seus encargos trabalhistas, e devolver metade da área que ocupa no porto do Açu à LLX.
OUTRO LADO
A Caixa confirmou a prorrogação do empréstimo de R$ 400 milhões por 12 meses, com 100% de garantia bancária. Votorantim, Santander e BNDES não comentaram. A OSX disse que "seguia em negociação" com os credores.
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