Alimentos ficam mais caros em outubro e fazem inflação acelerar para 0,57%
Mesmo sem o ainda esperado reajuste da gasolina e puxado pela forte alta dos alimentos, o IPCA, índice oficial de inflação do país, acelerou em outubro novamente e registrou alta de 0,57%, acima da taxa de 0,35% de setembro.
Desde agosto, a inflação sobe gradualmente, sem contar com altas moderadas de alimentos nem com a redução das tarifas de ônibus após os protestos.
Diante de nova rodada de pressão do grupo alimentação --que subiu 1,03% em outubro em razão da alta do dólar e do clima--, o IPCA de outubro registrou a maior variação mensal desde fevereiro deste ano (0,60%) e ficou próximo ao estimado pelo mercado, entre 0,60% e 0,70%.
Com a taxa de outubro, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,84%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%. De janeiro a outubro, o índice, balizador do sistema de metas de inflação do governo, somou uma alta de 4,38%.
"O IPCA subiu num ritmo forte de setembro para outubro e o principal impacto veio dos alimentos, que aumentaram bastante principalmente por causa do câmbio. A influência da alta do dólar está disseminada em vários produtos.", afirmou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos
Sozinhos, os alimentos, que tiveram a maior alta desde março, representaram um impacto de 0,25 ponto percentual, ou seja, pouco menos da metade da variação do IPCA no mês de outubro.
No grupo, os aumentos de destaque ficaram com tomate (18,65%), da farinha de trigo (3,75%), frango (3,44%), carnes (3,17%), pão francês (1,48%) e macarrão (1,39%). Exceto o tomate, que sofre com o clima, os demais são afetados pela alta do dólar que encareceu o trigo importado e os demais grãos usados em rações animais e cujos preços são cotados na moeda norte-americana.
No caso do tomate, diz Eugênia, há ainda uma transição de safra e uma menor área plantada do produto, o que resultou na menor oferta do produto e no aumento do seu preço. Em relação ao trigo e seus derivados (pão, macarrão e outros), a quebra de safra na Argentina, principal supridor do Brasil, também influenciou os aumentos, embora o câmbio tenha um papel importante nesses reajustes.
Produto | Outubro, em % | Ano, em % |
---|---|---|
Tomate | 18,65 | -1,11 |
Farinha de trigo | 3,75 | 28,33 |
Frango inteiro | 3,44 | 4,49 |
Carnes | 3,17 | 1,25 |
Frango em pedaços | 2,48 | 6,85 |
Carnes industrializadas | 2,23 | 3,53 |
Massa semipreparada | 2,03 | 11,73 |
Frutas | 2 | 13,17 |
Pão francês | 1,48 | 13,04 |
Queijo | 1,47 | 12,31 |
Macarrão | 1,39 | 13,61 |
Cerveja fora | 1,38 | 8,32 |
Refrigerente e água mineral | 1,33 | 6,08 |
Leite em pó | 1,2 | 18,5 |
Cerveja | 1,17 | 7,76 |
Refeição | 1,05 | 7,64 |
Pescados | 1,04 | 1,89 |
Lanche | 0,58 | 9,4 |
Fonte: IBGE
Além de alimentação, vestuário (1,13%) e artigos de residência (0,81%) se destacaram entre as altas em outubro. Também puxaram o IPCA para cima itens como aluguel (1,02%), empregado doméstico (0,70%), roupa feminina (1,34%) e eletrodomésticos (0,78%) --este último diante do fim do IPI reduzido para artigos da linha branca.
Nenhum grupo teve queda, mas os itens de transporte (0,17%) e habitação (0,56%) desaceleraram e, assim, impediram uma alta maior do IPCA em outubro.
Divulgado o índice de outubro, a grande expectativa agora é em relação ao reajuste da gasolina. Analistas esperam um aumento entre novembro e dezembro, da ordem de 6% nas refinarias da Petrobras --o que resultaria numa alta de cerca de 4% nos postos de combustível.
O reajuste, porém, precisa do aval do governo, que ainda enxerga focos de pressão inflacionária.
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