Fachada da sede da EBX 'derrete' junto com grupo
Quem passa pelo centro do Rio tem, há vinte dias, a sensação de que a fachada do edifício Serrador, sede das empresas do grupo EBX, de Eike Batista, está derretendo.
É que o vidro que ornamenta a frente do histórico prédio está cedendo. Ele foi depredado por manifestantes em ao menos três ocasiões durante os protestos de professores na cidade em outubro.
Junto com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e do prefeito Eduardo Paes, a figura de Eike é uma das mais hostilizadas pelos manifestantes da capital fluminense.
A película plástica que deixa os vidros escuros é o que impede que parte das placas estilhaçadas vá ao chão, formando bolsões que avançam sobre a portaria do prédio.
Daniel Marenco - 7.nov.13/Folhapress | ||
Vidros que ornamentam a fachada do hotel Serrador, no Centro do Rio, estão quebrados haá mais de duas semanas |
A fachada, cuja vidraça apresenta 57 marcas de pedradas, está coberta por tapumes. Dois coqueiros com folhas já ressequidas são os únicos remanescentes da entrada de funcionários e visitantes, transferida para uma porta lateral.
Procurada, a empresa não comenta, mas funcionários da portaria que não quiseram se identificar afirmaram que a holding está fazendo orçamentos para o conserto. A demora para o reparo -- já que a última depredação ocorreu no dia 15 de outubro -- chama a atenção de quem passa. Parte do vidro caiu na última segunda-feira.
O "derretimento" da fachada do Serrador é uma metáfora da derrocada do império de Eike. Quando transferiu para lá a sede de suas empresas, no final de 2011, o empresário despontava como o homem mais rico do Brasil e o prédio havia acabado de passar por uma ampla reforma depois de abrigar por anos um hotel.
Diante da crise, a expectativa é que a EBX entregue o imóvel antes de 2015, quando termina o contrato do aluguel. Duas das empresas do grupo já deixaram o prédio. A geradora de energia MPX (atual Eneva), cujo controle pertence hoje a alemã E.ON., deixou o local em junho, e a MMX, ainda no grupo, fez o mesmo na última segunda-feira.
No próximo dia 19, acionistas da petroleira OGX decidirão pela saída ou não do Serrador. Ela deve engrossar a fileira de outras companhias que já decidiram pela mudança, mas ainda não a concretizaram. A LLX, de logística e que foi comprada pela americana EIG, também está de saída em breve, assim como a OSX (estaleiros), a CCX (mineração de carvão) e a REX (empreendimentos imobiliários).
A Folha tentou contato com o proprietário do imóvel, um dos donos da rede Windsor de hotéis, a maior do Rio, que não quis comentar a situação do inquilino.
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