Subsidiária da Petrobras é indiciada por vazamento de óleo no RS
A Polícia Federal indiciou sob suspeita de crime ambiental a empresa Transpetro e três pessoas devido a um vazamento de óleo ocorrido em Tramandaí (litoral norte gaúcho) em janeiro de 2012.
Na ocasião, 33,6 mil litros de petróleo, de acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), foram lançados ao mar, cobrindo quilômetros de uma das mais movimentadas praias do Rio Grande do Sul.
A empresa fazia o transporte da matéria-prima de um navio que estava na costa para dutos que a levariam até uma refinaria na região metropolitana de Porto Alegre.
A PF não divulgou os nomes dos indiciados, mas, de acordo com o Ministério Público Federal, que agora analisa o inquérito, a empresa envolvida é a Transpetro (divisão da Petrobras para transporte de combustíveis).
Divulgação/Ibama-RS | ||
Fotos do Ibama do vazamento de óleo ocorrido em Tramandaí (litoral norte gaúcho) em janeiro de 2012 |
De acordo com a polícia, os suspeitos deixaram de fazer a manutenção da monoboia (equipamento flutuante usado no transbordo) no período recomendado pelo fabricante, que é de 36 meses. Com isso, apontou a investigação, houve o rompimento de uma válvula e o consequente vazamento.
O inquérito também afirma, citando informações repassadas pelo Ibama, que foi utilizada uma substância tóxica à "saúde humana e ao ambiente" no processo de contenção do óleo nas águas.
Em 2012, o Ibama e o governo estadual aplicaram multas que somaram R$ 2,9 milhões à empresa devido ao vazamento. O acidente causou a interdição da praia em plena temporada de verão e obrigou a Transpetro e a prefeitura a fazer uma operação de limpeza e retirada de óleo endurecido da areia.
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a Transpetro disse nesta terça-feira (10) que ainda não foi notificada, mas informou que era a responsável pela operação na qual ocorreu o vazamento.
A empresa afirma que a manutenção da válvula citada estava "em estrita conformidade" com as recomendações do fabricante. Diz que essa parte do equipamento estava em operação havia 13 meses --dentro do prazo definido.
Sobre o produto usado para conter o vazamento, informou apenas que seguiu "integralmente a legislação em vigor" ao aplicá-lo.
Também diz que atuou "prontamente" para mitigar as consequências do acidente naquela época.
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