Aumento do imposto para compras no exterior não deve afetar cotação do dólar
O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financieras) em compras feitas com cartões pré-pagos no exterior não deve interferir na cotação do dólar, menos ainda coibir o apetite de brasileiros por gastos no exterior, dizem analistas.
Como os preços no Brasil estão mais altos para bens que podem ser comprados lá fora, consumidores devem buscar outras formas de gastar no exterior, como o dinheiro em espécie.
Tire suas dúvidas sobre a mudança na alíquota de IOF para gastos no exterior
IOF maior deve levar corretoras de cartões a reduzir taxas e dar benefícios
Essa é a aposta de economistas após a decisão do governo de elevar o IOF em compras e saques em cartões pré-pagos de 0,38% para 6,38%.
A medida foi anunciada na sexta e vigora desde sábado.
A expectativa é que o efeito dessa alta do imposto seja o mesmo de 2011, quando o governo elevou para 6,38% o IOF nas compras no exterior com cartões de crédito.
Naquele ano, o saldo na conta de viagens (gastos de brasileiros no exterior menos gastos de estrangeiros no Brasil) alcançava deficit de US$ 10 bilhões. Passados três anos, o saldo negativo cresceu para quase US$ 17 bilhões, com aumento de 20% só em 2013 (até novembro).
O saldo na conta turismo representa quase um quarto do deficit em transações correntes do país (US$ 72 bilhões). O governo, contudo, afirma que a alta do IOF foi para igualar a taxação de cartões de crédito e débito.
"Se não tivesse preocupação com a saída de dinheiro, deixaria o mercado como estava", opina Reginaldo Galhardo, da corretora Treviso.
Não está no radar, porém, uma interferência da medida na cotação do dólar.
"O aumento de imposto atinge as pessoas físicas e não são essas operações que movem o mercado, são as operações com empresas, mais significativas", afirma Caio Sasaki, da XP Investimentos.
Ontem, o dólar à vista fechou com alta de 0,70%, a R$ 2,36. Para os analistas, o IOF não foi vetor da elevação.
"O Banco Central está gastando US$ 100 bilhões em operações no mercado futuro para segurar o dólar. Isso é um esparadrapo na ferida", afirma Natan Blanche, sócio da consultoria Tendências.
O economista considera relevante a discrepância entre os preços internos e externos, que incentivam as compras lá fora. "Não é esse IOF que vai equalizar os preços, o Brasil está caro", diz.
Um dos mecanismos econômicos para baratear os preços internos é a desvalorização cambial (alta do dólar ante o real). Mas esse movimento está sendo contido pelo BC, para não afetar a inflação.
A decisão é criticada pelo analista. "Em vez de atacar a raiz do problema, que é a demanda acima da oferta, o governo está usando uma política cambial equivocada contra a inflação."
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