Presidente agrada mais em reunião do que em discurso
A grande maioria dos empresários e executivos brasileiros que assistiram ao primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff na plenária do Fórum Econômico Mundial de Davos avaliou como positiva a sua vinda, porém fraca e desinteressante a fala da chefe do Executivo brasileiro.
Alguns deles, que estiveram em uma reunião seguinte restrita a um grupo seleto de participantes, consideraram, no entanto, que o desempenho de Dilma melhorou neste evento.
A expectativa da maioria dos brasileiros antes da chegada da presidente não era das mais animadas.
De quase todos, que pediam para não ser identificados, se ouvia que ela viria com o mesmo discurso morno, cheio de números e nenhum destaque, de sempre.
"Estou até com medo que ela fale alguma bobagem por perder a paciência se fizerem alguma pergunta mais dura", dizia momentos antes um peso-pesado da economia nacional.
A fala de Dilma, porém, se prolongou tanto que nem Klaus Schwab, o fundador do fórum, pôde fazer suas tradicionais perguntas que levantam a bola do chefe de Estado da vez, antes de passar o microfone para o público.
A presidente não economizou em dados e não empolgou a audiência, sem distinção entre empresários do setores financeiro e produtivo.
"OLHO NO OLHO"
Na saída, a apatia era visível nos que deixavam a principal sala do centro de convenções, que ficou mais cheia do que na apresentação de Enrique Peña Nieto, presidente do México, atualmente o mais queridinho entre os latinos.
Pelo menos, a presidente Dilma não comprometeu, nem piorou a situação, afirmaram muitos.
"Faltou finalizar com algo mais pessoal, mais olho no olho, menos formal", avaliou um alto executivo.
Laurent Gillieron/Efe | ||
A presidente Dilma Rousseff durante discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça |
Para outros, ela poderia ter feito algum anúncio, em vez de evocar números já bem conhecidos. O público de Davos quer resultados, afirmavam.
ANÚNCIOS
"Anúncios sobre o fiscal, eu farei no Brasil, não aqui", respondeu a presidente quando indagada por um participante brasileiro se ela não poderia sinalizar algo mais positivo no lado fiscal em Davos, segundo pessoas que estiveram no encontro a portas fechadas.
Para alguns, em ambiente menor, onde a presidente pulou o discurso e abriu diretamente para perguntas, como fez também no encontro com o International Media Council, o resultado foi melhor.
Executivos, inclusive estrangeiros, segundo relatos, se impressionaram pelo que consideraram um bom conhecimento que a presidente demonstrou ter sobre as áreas abordadas a partir das questões colocadas.
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