Bancos comprarão até 15% da nova Oi
Um grupo formado por 12 bancos, nacionais e estrangeiros, comprometeu-se com a Oi a captar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões no mercado para a compra de ações da nova companhia, formada na fusão com a Portugal Telecom no ano passado.
Essa participação equivale a, no mínimo, 15% da nova empresa, que terá apenas ações com direito a voto, nas Bolsas de São Paulo, Nova York e Lisboa, mas apenas após a injeção de recursos definida pelo acordo de fusão.
O investimento captado pelos bancos faz parte desse processo, que deve ter seu desfecho em abril, segundo apurou a Folha.
Credit Suisse, Banco Espírito Santo, Merrill Lynch, Barclays e BTG Pactual, que lidera o sindicato de bancos, se comprometeram a levantar mais recursos, algo em torno de 12% do total cada um.
Itaú, Bradesco, Citibank, Santander, Votorantim, Banco do Brasil e o português Caixa Geral de Depósitos terão participação menor.
As 12 instituições deram "posições firmes" para a Oi de que a operadora receberá até R$ 8 bilhões.
Mas o compromisso não significa, necessariamente, desembolso. Isso porque, nesse processo, os bancos buscarão investidores interessados em se tornar acionista da Oi. Caso não consigam atrair 100% do combinado com a Oi, cada banco desembolsa a diferença e se torna acionista na proporção de seu peso no sindicato.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
RECUPERAÇÃO
Essa transação foi arquitetada pelo presidente da Oi, Zeinal Bava, que já tinha trânsito com os principais bancos de investimento do mundo.
Quando presidia a Portugal Telecom, Bava reuniu, em um evento, investidores com mais de US$ 1 trilhão em recursos aplicados no mundo, inclusive na PT.
Alguns deles apostam que o executivo conseguirá "sanear" a Oi -reduzindo o endividamento de R$ 30 bilhões e fazendo caixa para investimentos.
Assim, a empresa pode retomar a disputa com a Telefônica, dona da Vivo, a Claro, do bilionário mexicano Carlos Slim, e a TIM, que pode ser vendida pela Telecom Italia para redução do endividamento da matriz.
Com R$ 6 bilhões, a Oi já completará sua capitalização de R$ 14 bilhões (resultado da fusão com a PT).
Havia dúvidas de que a Oi teria sucesso, já que até o governo -via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento)- recusou-se a liberar mais recursos para a empresa, da qual ele é sócio.
O recado da presidente Dilma foi claro: uma solução de mercado para a companhia.
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