Força-tarefa interdita equipamentos de unidade da JBS
Uma força-tarefa organizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditou diversos equipamentos e operações da unidade de abate de aves da JBS em Montenegro (RS).
A fiscalização foi realizada ontem e nesta quarta-feira e constatou situação de grave e iminente risco para os funcionários da unidade arrendada desde 2012 da antiga Doux Frangosul.
Segundo nota distribuída pelo MPT, a unidade apresentou melhorias em comparação com setembro de 2012, mas ainda tem um frágil sistema de gestão de saúde e segurança e apresenta riscos de choques elétricos e acidentes fatais, bem como de esmagamentos e amputações.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) não funciona adequadamente e os programas de prevenção de riscos ambientais e de controle de saúde ocupacional são vagos e genéricos , acrescentou o documento.
Conforme o MPT, os funcionários da JBS queixam-se de dores, da vigilância ostensiva e intensa dos supervisores, do alto índice de doenças ocupacionais físicas e psíquicas, de problemas como piso escorregadio, extensas jornadas de trabalho, ritmo intenso das máquinas e falta de equipamentos como máscaras de proteção.
Os problemas já foram exaustivamente informados pelo sindicato dos trabalhadores à direção da empresa, diz o Ministério Público.
OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria, a companhia informou que já está adotando medidas corretivas para atender às demandas da fiscalização a fim de liberar amanhã pelo menos parte das áreas interditadas.
De quinta-feira até sábado serão feitos os ajustes restantes para que 100% das operações retornem ao normal no domingo, acrescentou a empresa. Segundo a JBS, a unidade segue operando parcialmente e antes da interdição vinha abatendo em torno de 1 milhão de aves por dia.
O MPT informou que entre os equipamentos interditados estão máquinas de embutir salsichas e de embalar empanados, triturador de bloco e misturador de massa.
Já as atividades paralisadas incluem descarregamento de aves, movimentação de pallets, movimentação manual de produtos como salsicha e mortadela e encaixotamento de embutidos.
Durante a paralisação os empregados deverão receber os salários normalmente, acrescentou o MPT.
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