Inflação oficial volta a gerar desconfiança na Argentina
Dois meses após o governo argentino ter lançado seu novo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) com números que reconheceram pela primeira vez desde 2002 uma inflação alta no país, as estatísticas oficiais do país voltaram a levantar desconfiança.
Ao anunciar uma inflação de 2,6% em março, anteontem, ante 3,3% da projetada por consultorias privadas, a credibilidade dos dados do Indec (Instituto Nacional de Censos e Estatísticas, o IBGE local) acendeu uma luz amarela entre os analistas.
A diferença entre as estatísticas também existiu nas aferições de janeiro (3,7% para o Indec, 4,61% para as consultorias) e fevereiro (3,4% a do órgão local, 4,3% a privada), mas agora alguns economistas dizem que há uma disparidade maior em alguns itens.
É o caso da medição feita pelo Indec nos preços do setor de educação e vestuário no mês passado, que registraram, respectivamente, aumentos de 6,2% e 5,3%, ante 14,6% e 11%, de acordo com as consultorias.
A Casa Rosada afirma que seu IPC engloba preços em todo o país, enquanto as consultorias analisam apenas a Grande Buenos Aires.
"Essa diferença preocupa pelos antecedentes do Indec. Como o instituto perdeu sua reputação, agora mesmo que diga a verdade é difícil acreditar", diz à Folha Marcelo Elizondo, da
consultoria DNI.
FMI
Em 2012, a Argentina recebeu uma moção de censura do FMI (Fundo Monetário Internacional) pela falta de credibilidade dos dados do Indec, que, desde 2007, está sob intervenção do governo.
Para Dante Sica, ex-ministro da Indústria e diretor da consultoria Abeceb, é preciso esperar os dados dos próximos meses para poder analisar a credibilidade do novo índice oficial de inflação.
"A questão principal agora não são esses cêntimos de diferença entre as estatísticas. É ver que a inflação não desacelerou e que o governo reconhece que no primeiro trimestre ela foi de 11%, mais do que os 10% previstos no Orçamento do país. "
EMPREGO
Uma semana depois da greve geral que parou o país, a presidente Cristina Kirchner anunciou ter enviado ao Congresso um projeto de lei que pretende reduzir os encargos trabalhistas para as pequenas e médias empresas que registrem funcionários informais, contratem novos ou não demitam.
Deputados de oposição criticaram a medida e a compararam com políticas dos anos 90 adotadas pelo ex-presidente Carlos Menem e pelo ex-ministro da Fazenda Domingo Cavallo.
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