ANÁLISE: Fabricantes de chocolate priorizam apetite do mercado emergente
As estimativas são de que, nesta Páscoa, consumidores do mundo todo vão devorar 250 mil toneladas de chocolate.
O número adoça um setor que, depois de uma queda em 2009, voltou a crescer 3% em 2010 e fechou a década com alta de 10%, levando o consumo nos países desenvolvidos a mais de 5,5 milhões de toneladas anuais.
No ano passado, os pesquisadores do setor estimam que o volume de vendas cresceu 3% nos 25 principais países consumidores. O crescimento é mais acelerado em países em desenvolvimento –na América Latina e na Ásia.
Um crescimento no patamar de 2% ao ano é esperado para os próximos anos.
A principal preocupação do setor é o custo da matéria-prima. Os preços do cacau subiram 30% desde o começo de 2013. A produção de leite encolheu, pressionando os preços do produto. E uma quebra na safra de avelãs da Turquia também afetou os custos dos fabricantes.
Assim, a meta dos grandes fabricantes de chocolate será priorizar mercados em rápido crescimento, usando novos produtos e a administração de marcas para tentar aumentar a fatia de ganhos nos mais desenvolvidos.
A suíça Lindt & Sprungli, que no mês passado relatou um aumento de 8% nas vendas em 2013 e um pulo de 22% nos lucros, é um exemplo da estratégia. Ela focou no mercado do Brasil, o quinto maior do mundo, comprando 51% da Kopenhagen.
Ao mesmo tempo, lançou a linha Hello na Europa, abriu "chocolate cafés" na Austrália e no Japão e recrutou o astro do tênis mundial Roger Federer como garoto-propaganda de seus produtos.
Para os investidores, no entanto, tudo tem um preço. As fabricantes Mars e Ferrero são privadas e, nas companhias abertas Mondelez ou Nestlé, o chocolate é apenas uma parte de suas operações.
As ações da Lindt e da Hershey se valorizaram e renderam, num período de dez anos, mais de 500% e 200% respectivamente –enquanto o índice norte-americano S&P 500 deu retorno de 100% no mesmo período.
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