Economistas veem manutenção da Selic em maio e nova alta só em outubro
Economistas de instituições financeiras agora esperam que o Banco Central mantenha a taxa Selic em 11% na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste mês.
Segundo o Boletim Focus, do BC, o mercado espera que nova alta, de 0,25 ponto percentual, ocorra apenas na reunião de outubro, de modo que a taxa básica de juros termine o ano a 11,25%.
A previsão, divulgada nesta segunda-feira (5), ocorre após quatro semanas de previsões de nova Selic ainda neste mês. Entretanto, os economistas agora passaram a ver uma nova elevação apenas após o segundo turno das eleições.
O próprio BC já havia dado uma série de indicações de que pretende interromper o movimento de alta dos juros para avaliar os efeitos "defasados" da política monetária.
O Top 5 de curto prazo continua vendo pela 13ª semana seguida manutenção da Selic em 11% em maio, e o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, elevou a estimativa para este ano a 12,13%, ante 11,88% na semana anterior.
Para 2015, o Focus mostrou também que os economistas elevaram a projeção para a taxa básica de juros a 12,25%, após 11 semanas projetando 12%.
INFLAÇÃO E CRESCIMENTO
As mudanças nas previsões sobre a política monetária acontecem diante de um cenário de piora das expectativas de crescimento e inflação alta.
No Focus, os economistas deixaram inalterada a projeção de IPCA a 6,5% em 2014 e 6% em 2015, mas reduziram em 0,07 ponto percentual a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses, a 5,93%.
A meta do governo é de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais e o sinal de alerta está ligado por conta dos preços de alimentos e da pressão proveniente de serviços e preços de administrados. O Focus desta semana aponta uma alta de 5% dos preços administrados neste ano, ante 4,75% na pesquisa anterior.
Em relação à expansão do PIB (Produto Interno Bruto), os economistas consultados pioraram o cenário para este ano com projeção de 1,63%, 0,02 ponto percentual a menos, e passaram a ver crescimento abaixo de 2% em 2015, de 1,91%.
Na próxima sexta-feira (9), o IBGE divulgará os dados de abril do IPCA.
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