Após 4 anos de crise, Europa vive recuperação lenta e gradual
Depois de quatro anos de uma severa crise financeira que alimentou previsões de desmoronamento da zona do euro, a região começa a dar sinais de recuperação econômica, mas ainda enfrenta riscos como o de deflação.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) da região se expandiu em 0,2% em relação aos últimos três meses de 2013. O dado frustrou as projeções dos analistas de expansão por volta de 0,4%, mas marcou o quarto trimestre consecutivo de crescimento.
Essa nova fase foi precedida por seis trimestres seguidos de retração da atividade. Embora esteja mais disseminado, o crescimento recente é puxado principalmente pela forte recuperação da economia alemã, a maior da zona do euro. Já a França, segunda economia em importância, chegou a ensaiar uma retomada, mas voltou a registrar estagnação no primeiro trimestre deste ano.
"A recuperação econômica da região está longe de ser robusta, mas está se espalhando. A chance de colapso da zona do euro desapareceu por enquanto", diz Joseph Lake, analista global da Economist Intelligence Unit (EIU).
A consultoria manteve sua previsão de expansão de 1,1% da região em 2014, mesmo depois do número abaixo do esperado no primeiro trimestre. O número é fraco em comparação ao crescimento médio de 2,2% entre 2000 e 2007, mas vem após dois anos seguidos de recessão.
Na esteira da recuperação recente, a percepção dos investidores de risco de calote em alguns países da região –que chegou a ficar bem acima do mesmo indicador para o Brasil– voltou a recuar.
Atualmente, os chamados CDIs (que medem a probabilidade de default) de Espanha, Itália e Irlanda voltaram para patamar inferior ao brasileiro. Mas títulos da Grécia e de Portugal ainda são considerados mais arriscados.
Ainda assim, o governo português conseguiu fazer três emissões de títulos de dívida no mercado nos últimos meses. E, em abril, a Grécia –o país mais frágil– foi bem-sucedida.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
CAUSAS DA RETOMADA
Segundo analistas, a retomada europeia tem duas causas. A principal foi a garantia que o BCE (Banco Central Europeu) deu de que "faria de tudo" para evitar o colapso. Além disso, o drástico aperto fiscal imposto aos países mais afetados pela crise começa a surtir efeitos.
Os cortes de gastos pelos governos elevou a taxa de desemprego que, apesar da recente recuperação econômica, ainda está, em média, em 11,8%, próxima da alcançada no auge da crise. Mas as demissões levaram a uma redução de salários nos países da periferia mais afetados pela crise. Isso tem ajudado a tornar essas economias mais competitivas, atraindo mais investimentos.
Segundo Guilherme Martins, economista do Itaú Unibanco, já há sinais de estabilização da demanda doméstica à medida que a necessidade de redução de gastos públicos e de elevação de impostos diminui. "Tudo indica que o pior da desestabilização já passou", afirma.
O maior otimismo levou Irlanda, Espanha e, mais recentemente, Portugal a abrir mão dos programas de socorro da União Europeia e do FMI. Analistas ressaltam, no entanto, que, no caso de Portugal, a decisão pode ter sido precipitada, já que o país ainda enfrenta enormes desafios para reerguer sua economia.
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