Brics divergem sobre sede de novo banco de desenvolvimento do grupo
Ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não conseguiram ainda chegar a um acordo sobre a sede e o presidente do novo banco de desenvolvimento dos Brics, a ser oficializado na sexta cúpula do bloco, em Fortaleza.
O impasse indica que as negociações para criar uma alternativa ao Banco Mundial -primeira realização concreta do bloco, a ser anunciada no evento- serão mais complexas do que o esperado.
A Índia se opôs veementemente às pretensões chinesas. Os ministros marcaram outra reunião para esta terça (15) às 9h30, antes do encontro dos chefes de Estado.
A China tem feito forte pressão para Xangai ser a sede. Para Pequim, teria peso político sediar um banco multilateral, o que mostraria a solidez do sistema financeiro do país, alvo de questionamentos. Mas a Índia bateu o pé e não retirou Déli da disputa.
O Brasil, por sua vez, abriu mão de sediar o banco, mas quer indicar seu primeiro chefe. A presidência, de cinco anos, será rotativa.
Os países terão sete anos para dar sua contribuição de US$ 2 bilhões cada um, num total de US$ 10 bilhões de capital integralizado. O capital subscrito será de US$ 50 bilhões, com autorização para chegar a US$ 100 bilhões por meio de captações ou da entrada de outros países.
Além disso, a instituição administrará fundos especiais em infraestrutura e desenvolvimento sustentável abertos a outros países.
Assim, o banco dos Brics serviria, na concepção dos governos envolvidos, de alternativa às instituições multilaterais onde EUA e potências europeias têm mais voz.
Lan Hongguang/Xinhua | ||
Xi Jinping chega para encontro dos Brics em Fortaleza; países divergem sobre a sede do banco do grupo |
Nesta terça, a presidente Dilma Rousseff deve voltar criticar a lentidão nas reformas do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, apurou a Folha.
Ontem, em comunicado, os ministros do Comércio dos cinco países criticaram a política monetária dos países desenvolvidos, afirmando que estas "podem aumentar a volatilidade do mercado financeiro e desdobramentos não desejáveis da economia".
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