Para consultorias, socorro ao setor elétrico fará conta aumentar até 25%
O novo empréstimo de R$ 6,5 bilhões às distribuidoras de energia, confirmado ontem pelo governo, deve aumentar as tarifas em até 25%, em média, no próximo ano.
Somado ao empréstimo anterior de R$ 11,2 bilhões, as distribuidoras terão que pagar nos próximos dois anos um total de R$ 17,7 bilhões.
Segundo cálculos feitos por duas consultorias a pedido da Folha, alguns consumidores podem enfrentar reajustes superiores a 30%, como é o caso dos clientes da paranaense Copel.
A estimativa mais otimista é da TR Soluções, que estima um avanço médio de 13,4% nas contas em 2015.
"Esperamos uma nova alta em 2016, semelhante à de 2015, por causa do parcelamento em duas vezes dos empréstimos", afirma o diretor Paulo Steele.
Por outro lado, a Thymos Consultoria afirma que, por enquanto, os reajustes médios devem ser de 25%. O diretor Ricardo Savoya considera que esse número está com tendência de alta.
"Estamos levando em consideração uma exposição das distribuidoras até o meio do próximo ano, o que força o aumento das tarifas", diz.
A exposição citada por Savoya é a chamada "exposição involuntária", criada em 2013 com o fim de contratos de fornecimento de energia entre geradores e distribuidores e que não foram repostos nos leilões seguintes.
Esse é o principal motivo que levou o governo a negociar os empréstimos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros dez bancos.
"Os empréstimos aliviam a pressão que a exposição exerce sobre o caixa das empresas, mas não reduzem o efeito sobre os reajustes", afirma.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
MAIORES ALTAS
Nos cálculos de Paulo Steele, diretor da TR Soluções, é possível prever quais distribuidoras terão os maiores reajustes no próximo ano.
A líder será a Copel. O reajuste esperado para 2015 seria de 28,43%. No entanto, como parte da alta deste ano foi repassada para o próximo (sete pontos percentuais), o reajuste pode superar 35%.
A fluminense Light, com alta de 26,8%, e as gaúchas RGE e AES-Sul, com aumentos de 22,9% e 24,9%, completam a lista das quatro maiores elevações.
No Estado de São Paulo, são esperados aumentos da Eletropaulo (distribuidora da Grande São Paulo) de 10,3% e da CPFL-Paulista (Campinas e Ribeirão Preto) de 7,2%.
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