Usinas devolvidas em 2015 devem economizar R$ 6 bi, diz governo
A devolução de cerca de 5 mil megawatts (MW) médios de concessões que vencem em 2015 e que não foram renovados deve gerar uma economia anual nos custos globais da energia de cerca de R$ 6 bilhões, disse nesta sexta-feira (25) o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
O governo federal tem dito que a devolução dessas concessões e a consequente redução do preço de sua energia vai ajudar a compensar o impacto do repasse às tarifas dos empréstimos contraídos este ano pelas distribuidoras de eletricidade. Esse repasse começará a ser feito a partir do ano que vem.
"Como eu tenho o vencimento das concessões no ano que vem de quase 5 mil MWs médios, isso já provoca um fator de R$ 6 bilhões. O impacto não deve ser [significativo nas tarifas]", disse o secretário em evento do Cepel (Centro de Pesquisas em Energia Elétrica), da Eletrobras. "Se hoje essa energia é vendida por R$ 180 a 200 e ela passar para R$ 30, será possível ver o efeito".
Segundo Zimmermann, os sucessivos atrasos na liquidação das operações de compra de energia por distribuidores no mercado de curto prazo não colocam em risco o caixa do setor.
A liquidação de julho, referente a maio, de cerca de R$ 1,3 bilhão, foi adiada anteriormente para o dia 31 deste mês. Fontes da Reuters disseram nessa quinta-feira (24) que é praticamente certo um novo adiamento para o início de agosto, a fim de se ganhar tempo para concluir a negociação com os bancos para um novo empréstimo de R$ 6,5 bilhões ao setor.
Com os R$ 11,2 bilhões já emprestados pelos bancos em abril, o financiamento total para as distribuidoras pode atingir quase R$ 18 bilhões e tem como objetivo cobrir as despesas adicionais das distribuidoras com a compra de energia mais cara, principalmente de térmicas. Essa energia tem sido demandadas com mais intensidade por conta da escassez de chuvas no país e baixa no nível das represas de hidrelétricas.
Em abril, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) assinou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões junto a um grupo de 10 bancos para repassar o dinheiro às distribuidoras, mas esses recursos se esgotaram em junho.
"Tenho certeza que não há esse estresse e as medidas estão sendo feitas para neutralizar esse descompasso entre o econômico e o financeiro das distribuidoras", disse Zimmermann.
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