Diretor do BNDES confirma condições de empréstimo às distribuidoras
O diretor da área de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, afirmou nesta segunda-feira (28) que, se o banco estatal liberar recursos às distribuidoras de energia em crise, o fará nas mesmas condições adotadas pelo bancos privados. Segundo ele, nesse caso não será usada como taxa de juro a TJLP, referência para o banco e em 5%.
Ferraz frisou que a decisão de liberar ou não recursos para o setor de energia ainda depende de aprovação final da diretoria do BNDES. O diretor também reiterou que a fonte de recursos para os empréstimos não seria o Tesouro. Essas informações foram antecipadas pela Folha, em seu site, na semana passada.
"A moeda [o custo financeiro] não será TJLP. Não faz sentido emprestarmos para a mesma operação com taxas diferentes de outros bancos", disse.
O banco deve financiar entre R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões a distribuidoras, que vivem uma crise diante do elevado preço da energia de origem térmica (usada intensamente neste ano por causa da estiagem, que fez cair o reservatório de hidrelétricas).
Ferraz afirmou ainda que o banco seguirá seus investimentos em energia alternativa –inclusive a solar, cujo primeiro leilão está marcado para outubro.
CONJUNTURA
O executivo disse que a liberação de recursos de depósitos compulsórios dos bancos para destravar o crédito não afeta o BNDES nem indica que o banco abrirá novas linhas de financiamento.
Na crise de 2008 e 2009, o BNDES passou a empresar recursos para capital de giro, fora da tradição do banco de financiar apenas investimentos, especialmente os de mais longo prazo e nas áreas de indústria e infraestrutura.
Para Ferraz, o banco já faz sua parte com linhas de crédito como as do PSI (Programa de Sustentação do Crescimento), que empresta a juros baixos (em alguns casos, abaixo da inflação) e com recursos do Tesouro aportados diretamente no banco com a finalidade de promover o investimento.
O diretor disse que o governo sempre está sensível às demandas do BNDES e, se necessário, poderá apoiar a instituição, caso seja necessário ampliar o crédito e exista demanda para o banco atingir sua meta de empréstimos de R$ 190 bilhões neste ano.
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