Primeiro-ministro japonês pede relação 'mais franca' com Brasil
Em encontro com empresários brasileiros, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu que a relação entre Brasil e seu país seja mais "franca" para que as conversas transformem-se em medidas práticas de incentivo ao comércio e ao investimento.
"Há 40 anos, essas reuniões vêm tratando desses problemas. Mas há evolução. Que a relação seja mais franca e próxima. Gostaria que houvesse participação maior da iniciativa privada e os objetivos da discussão mais elevados", afirmou Abe nesta sexta-feira (1) durante evento que reuniu executivos dos dois países em Brasília.
A fala para empresários foi o primeiro compromisso do primeiro-ministro, que desembarcou no país após visitar México, Trinidad e Tobago, Colômbia e Chile.
Representantes do empresariado japonês pediram uma abertura maior do mercado brasileiro, com avanços na redução das tarifas de importação e flexibilização das regras de conteúdo local.
Cobraram ainda medidas que facilitem o visto de trabalho e a redução de impostos para a transferência de tecnologia como forma de incentivar investimentos produtivos no país.
A Keidaren (Federação das Organizações Econômicas do Japão) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria), que promoveram o encontro, anunciaram a intenção de desenhar as bases para um Acordo de Parceria Econômica, a ser submetido aos dois governos.
A proposta será debatida em setembro, no 17º Encontro Econômica Brasil-Japão, que será sediado em Tóquio. Esse tipo de acordo, que envolve medidas de facilitação do comércio, pode ser o embrião de um tratado comercial mais amplo entre os dois países, que inclua tarifas de importação.
Evaristo Sa/AFP | ||
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, brinca com bola durante encontro com empresários brasileiros |
CARNES
Do lado brasileiro, também houve cobranças.
Luiz Fernando Furlan, membro do Conselho de Administração da BRF, lembrou que, enquanto o Japão cobra tarifas de importação de 11,9% para a entrada da carne de frango brasileira, impõe alíquota de 7,1% ao produto mexicano e de apenas 3% ao da Tailândia.
"Me irrita muito quando falam que temos o imposto alto, porque lá fora também há taxa elevada", afirmou Furlan a jornalistas após o debate.
O Brasil é o maior fornecedor de frango para o Japão e a BRF tem mais de 50% de participação nas exportações para o país. Segundo Furlan, as vendas de frango brasileiro para o mercado japonês devem chegam a US$ 991 milhões este ano.
O Japão é o quinto país que mais importa produtos brasileiros. No ano passado, foram US$ 8 bilhões em compras. As exportações para o país, contudo, são altamente concentradas em commodities - minério de ferro, frango, milho e café respondem por 70% da pauta.
Também acompanharam o evento o presidente da Vale, Murilo Ferreira, que tem a japonesa Mitsui como sócia na mineradora, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
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