Brasil importa 20% menos da Argentina e agrava crise vizinha
Com o desempenho fraco da economia brasileira, será mais difícil para a Argentina sair da crise.
O Brasil é o principal destino das exportações argentinas, responde por um quinto de tudo o que o país vende ao exterior. No primeiro semestre deste ano, porém, as compras brasileiras de produtos argentinos caíram 20%.
A redução tem um impacto relevante nas contas argentinas, porque o Brasil compra quase 90% do trigo produzido no país e mais de 80% dos automóveis fabricados por lá.
Estes são os mais importantes produtos da pauta exportadora da Argentina.
De janeiro a junho, o Brasil comprou 50% menos trigo argentino e 28% menos automóveis do vizinho.
O estrago é tamanho que a imprensa argentina chegou a afirmar que o menor PIB brasileiro é mais danoso do que o calote da dívida externa.
O jornal "Perfil" publicou reportagem, sem citar fontes, dizendo que os técnicos do governo que "olham a economia real" afirmam que o estancamento brasileiro preocupa mais do que o calote.
São citadas a previsão de crescimento do PIB brasileiro, inferior a 1%, e a queda da produção industrial.
"O número é 2%. Quando o Brasil cresce abaixo disso, as exportações argentinas quase não se mexem", diz o diretor da consultoria Abeceb Dante Sicca, ex-secretário de Indústria argentino.
Para ele, a Argentina precisa se preocupar tanto com a dívida quanto com o Brasil, mas, no segundo caso, "não pode fazer nada".
OFERTA SUMIU
A queda das compras brasileiras da Argentina é mais intensa do que o recuo total das importações (-3,8%).
No caso do trigo, segundo José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), não foi possível comprar mais porque a produção e as vendas do vizinho encolheram.
Segundo a Secretaria de Agricultura da Argentina, o estoque disponível de trigo para exportação caiu à metade nesta safra, para 1,5 milhão de toneladas.
O Brasil, que comprará cerca de 5,5 milhões de toneladas de trigo no exterior neste ano, teve que trazer cereal dos Estados Unidos.
Para Daiane Santos, da Funcex, a queda da importação de carros se explica pelo recuo nas vendas no Brasil.
"Nossa desaceleração piora o cenário para a Argentina", afirma Castro. Para ele, porém, a crise pode baratear produtos do vizinho e ajudar as vendas externas do país.
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