Petrobras pagará US$ 434 mi extras à Bolívia por excedente energético
Após mais de sete anos de impasse, a Petrobras e a Bolívia chegaram a um acordo pelo qual a estatal brasileira pagará US$ 434 milhões pelo envio de excedente energético do gás natural exportado ao Brasil.
O pagamento foi imposto à Petrobras pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de fevereiro de 2007, durante visita do colega Evo Morales ao Brasil.
Na época, Lula justificou a medida, que enfrentava resistência da Petrobras, como ato de "generosidade" e de "solidariedade". Antes, Morales havia se recusado a deixar o prédio do Itamaraty caso não houvesse um acordo sobre o chamado "gás rico".
O acordo final foi bastante celebrado nesta segunda (18) por Morales, que está em plena campanha de reeleição –o pleito será em outubro.
Agência Boliviana de Información/Efe | ||
Carlos Villegas (à esq.), da estaval boliviana YPFB, e José Alcides Santoro, da Petrobras |
O presidente boliviano fez pessoalmente o anúncio, em Santa Cruz, que contou com a presença do diretor de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro.
Em discurso, ele afirmou que a dívida da Petrobras até o ano passado chegou a US$ 457 milhões, mas, por causa de multas contra a Bolívia por problemas de fornecimento, o total a ser pago é de US$ 434 milhões.
Por sua vez, Santoro disse que a Petrobras aprendeu a respeitar a estatal boliviana YPFB pela "responsabilidade e confiança" no fornecimento de gás, segundo a agência de notícias Efe.
O acordo faz a Petrobras pagar mais pela mesma quantidade de gás comprado, 30 milhões de metros cúbicos diários. Mas a Bolívia argumenta que o gás fornecido, por causa de sua composição química (gás rico), produzia uma quantidade de energia maior que a necessária para o uso industrial no Brasil.
Desde que a promessa de pagar pelo gás rico foi feita por Lula, houve resistência dentro da Petrobras.
Segundo apurou a Folha, o departamento jurídico da estatal chegou a recomendar que o pagamento fosse evitado, o que vinha ocorrendo.
A Petrobras realizou só um repasse à Bolívia, de US$ 100 milhões, em 2010, mas interrompeu os pagamentos, o que gerava frequentes reclamações do governo boliviano, inclusive do próprio Evo.
Em um evento em fevereiro, o boliviano cobrou o presidente da Petrobras Bolivia, Erick Portela. "A Petrobras tem uma 'dividazinha' conosco. Tem que nos pagar. Não é possível que nos pechinche esse valor."
Sob a condição de anonimato, técnicos da estatal da área de gás disseram que a demanda da Bolívia não faz sentido tecnicamente.
Na avaliação deles, a Petrobras está pagando duas vezes pelo mesmo produto, já que o poder calorífico do gás é previsto em contrato e o produto não chegava separado das outras moléculas ao país.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 18/03/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,16% | 126.954 | (17h32) |
Dolar Com. | +0,55% | R$ 5,0249 | (17h00) |
Euro | +0,35% | R$ 5,457 | (17h31) |