Retorno de empresas elétricas é o pior desde 2004, afirma consultoria
As empresas do setor elétrico listadas na BM&FBovespa tiveram, sob a ótica da rentabilidade sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês), entre julho de 2013 e junho de 2014, o pior resultado em doze meses desde o último trimestre de 2004, diz a consultoria Economatica.
De acordo com relatório publicado nesta quarta-feira (20), a mediana do ROE das empresas do setor foi de 7,83%. Ou seja, para cada R$ 100 de patrimônio, as empresas lucraram 7,83% nos últimos doze meses.
Ao final do ano de 2004, as empresas apontavam um retorno sobre o patrimônio de 7,67% em doze meses.
A Economatica compara também a rentabilidade das empresas listadas no Brasil com as que possuem capital aberto nos Estados Unidos.
O ROE das companhias presentes nas bolsas americanas foi de 9,56% em doze meses. Desde o fechamento do primeiro trimestre de 2013 as companhias listadas no Brasil apontavam rentabilidade maior do que as que estão nos EUA.
A consultoria também compara o retorno das companhias com a taxa paga pelo CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), que responde à variação da Taxa Básica de Juros (Selic). Nos últimos doze meses, sua variação foi de 9,68%, superando o retorno das elétricas.
CUSTO DE ENERGIA
Distribuidoras e geradoras de energia têm enfrentado o alto custo de energia no mercado de curto prazo este ano.
As empresas responsáveis por entregar a energia ao consumidor final, as distribuidoras, estão com uma demanda maior do que possuem recebem das geradoras. Com isso, precisam recorrer ao mercado de curto para complementar a oferta.
O problema é que essa energia está mais cara do que normalmente e alcançou o teto permitido em lei, de R$ 822 por megawatt-hora, entre fevereiro e maio deste ano. Atualmente, esse valor está em R$ 783 por MWh.
As geradoras hidrelétricas, por sua vez, estão produzindo menos por causa do baixo quantidade de chuvas no começo do ano. Para entregar 100% do que define seus contratos, também precisam recorrer ao mercado de curto prazo.
O governo, para evitar uma explosão das tarifas de energia, fechou acordo com o setor bancário para disponibilizar R$ 17,8 bilhões às distribuidoras. Porém, o governo enxerga como risco de mercado o problema enfrentado pelas geradoras e diz que não irá socorrer essas empresas.
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