Shopping Higienópolis, em SP, é alvo de disputa
Motivo de polêmicas desde antes de sua inauguração, o Pátio Higienópolis é alvo de uma disputa societária que envolve três das maiores empresas de shopping do país.
O grupo JHSF, dono do Cidade Jardim, fez uma oferta de R$ 350 milhões pela fatia de 18,5% que a Fundação Conrado Wessel detém no empreendimento e tem a expectativa de concluir o negócio nas próximas semanas.
No entanto, a incorporadora canadense Brookfield, dona de 41% do shopping, pode barrar o negócio. A Folha apurou que a empresa pretende exercer seu direito de preferência e, com isso, ficar com o controle do shopping.
Correndo por fora está o grupo Iguatemi, de Carlos Jereissati, que desde o final do ano passado é o gestor do Higienópolis.
A Folha apurou que o Iguatemi procurou recentemente a fundação para fazer uma oferta e manifestar sua disposição em entrar no negócio. Questionada, a empresa disse que não comenta rumores.
Tida como carta fora do baralho por estar se desfazendo de participações em shoppings no país, a Brookfield tem um plano que prevê a manutenção de ativos que considere estratégicos e de boa performance, como o Higienópolis e o Pátio Paulista.
Nos últimos dois ou três anos, comprou ações de minoritários no Higienópolis, alargando sua fatia de 30% para 41%.
Sem disposição para cobrir a oferta da JHSF, a Brookfield pode tentar melar o acordo questionando os valores da oferta, que envolve troca de ativos. A JHSF ofereceu R$ 150 milhões à vista e o restante em ativos, incluindo uma fatia no Aeroporto Executivo Catarina, em São Roque, e que está em construção.
A oferta da JHSF foi feita em outubro último e está em fase final de "diligências e aprovações societárias", informou a empresa no balanço do segundo trimestre.
Curiosamente, a escolha do Iguatemi para gerir o shopping, após a JHSF, ocorreu na semana da oferta da JHSF.
Tanto para JHSF quanto para o Iguatemi só faz sentido entrar se for para, aos poucos, conquistar o controle e barrar a expansão do rival no mercado de alto luxo.
ESTRATÉGICO
Inaugurado em 1999, o Higienópolis é tido como estratégico pelas duas empresas tanto pelo poder aquisitivo do bairro –e o potencial de transformar o endereço em altíssimo luxo– quanto pelo fato de estar imune à concorrência: é o único empreendimento que o bairro suporta.
Mesmo que consiga concretizar o negócio, a JHSF continuará brigando com a Brookfield, que ainda pode conquistar o controle se outros dois minoritários, Braz e Agroparte, que detêm, 12% e 3%, venderem suas ações.
JHSF, Brookfield e FCW não quiseram comentar.
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