Bebida, biscoito e xampu respondem mais a promoções
Algumas categorias de produtos respondem melhor e por mais tempo à estratégia de oferecer descontos ou embalagens promocionais, ação adotada pelo varejo para reter as vendas diante da inflação alta no país.
Bebidas, itens de mercearia doce, como biscoitos e leites com sabor, e produtos de higiene e beleza impulsionaram as vendas nos últimos meses com base em promoções, de acordo com a Nielsen.
"Entre os exemplos, observamos combinações de categorias diferentes consumidas na mesma ocasião, como os kits com xampus e condicionadores, e pacotes que aliam cremes dentais a antissépticos", diz Sabrina Balhes, analista da Nielsen.
"Tivemos que manter o crescimento, mesmo que menor, baseado em promoção. Os lançamentos também ajudaram. As pessoas costumam comprar xampu, sabonete e desodorante para experimentar. Esse setor é muito movido por lançamento e inovação", diz Cesar Tsukuda, diretor da Beauty Fair, evento anual do setor.
Nos doces, as ações mais exploradas foram embalagens maiores ou pacotes de menor desembolso.
Raquel Cunha/Folhapress | ||
A consumidora Maria Freitas, que entrou em financiamento há três anos e mudou os hábitos de compras |
Categorias que têm baixo nível de penetração, como enxaguatórios bucais com clareador, por exemplo, registram efeito maior em relação a preço, diferentemente dos produtos considerados commodities.
"Se o varejista fizer pague três e leve dois' de sal, o consumidor não vai comer mais sal. Já no enxaguatório, quem ainda não consome pode se sentir mais disposto a levar", diz João Carlos Lazzarini, professor de MBA da FIA Provar.
A reação também varia conforme a marca. Segundo Lazzarini, marcas líderes de cervejas ou sabão em pó, por exemplo, costumam ter grande elevação nas vendas quando fazem promoções.
"Mas é preciso ter cuidado ao baixar preços de marcas líderes porque elas carregam um valor percebido com benefícios subjetivos e objetivos, como a imagem, o status e a sensação de pertencimento", diz Lazzarini.
Segundo a Nielsen, entre os 40 maiores fabricantes de bens de consumo para o abastecimento do lar, só 19 registraram crescimento de valor acima de volume, ou seja, tiveram faturamento mais sustentado na margem de lucro do que no giro.
No grupo, a parcela de fabricantes que fizeram ações de retração de preços alcançou 76% no primeiro semestre.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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