Desconhecimento do mercado e perda em dólar são riscos de aplicações no exterior
Além de caro, aplicar no exterior é uma operação que exige cuidado redobrado dos investidores brasileiros, que, em geral, não dominam a dinâmica do mercado local.
"É difícil o investidor acompanhar sozinho as ações de empresas nos EUA e entender o que está mexendo com elas. Principalmente porque, na maioria das vezes, o aplicador está longe desse mercado, no Brasil", diz Cláudio Pacini, diretor internacional da Gradual Investimentos.
Nesse caso, a recomendação é deixar que a equipe de análise da corretora ou banco pelo qual o investidor opera no exterior avalie o cenário e decida quais os melhores papéis a serem comprados ou vendidos.
"Nem sempre o que influencia o mercado brasileiro também é o que vai mexer com as ações nos Estados Unidos e vice-versa", afirma James Gulbrandsen, sócio da gestora NCH Capital Brasil.
É nesse aspecto, segundo os especialistas, que muitos investidores cometem erros.
Recentemente, as Bolsas norte-americanas, por exemplo, têm atingido constantes recordes históricos, na esteira da recuperação da economia daquele país.
No Brasil, porém, o fortalecimento dos EUA fica em segundo plano, pois a Bolsa segue bastante influenciada por especulações eleitorais, que têm gerado forte instabilidade no comportamento do Ibovespa -principal índice do mercado nacional.
A moeda é outro aspecto a ser considerado ao avaliar o investimento. "Sempre é bom lembrar que eventuais perdas auferidas no exterior são em dólar, o que amplia o prejuízo na conversão cambial", afirma Rodrigo Jabali, sócio da XP Securities em Miami.
A orientação é que a quantia destinada aos investimentos fora do país seja de recursos que não serão utilizados no curto ou médio prazos.
A diversificação da carteira também ajuda a reduzir o risco de perda.
Além das taxas pela transferência de recursos ao exterior, o investidor também deve lembrar que, assim como na Bolsa brasileira, os negócios realizados nos mercados internacionais estão sujeitos a taxas de corretagem, as quais variam conforme a instituição, e emolumentos, que são uma taxa paga às Bolsas pelo serviço prestado.
É preciso ainda acertar as contas com o leão, pois os investimentos feitos no exterior têm de ser declarados para a Receita Federal do Brasil no ajuste
anual de Imposto de Renda.
O aplicador deve recolher os impostos sobre eventual ganho de capital quando há lucro pela venda de um ativo.
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