Geradora de energia calcula economia de R$ 6 bi com bandeiras tarifárias
A Tractebel Energia, maior geradora de energia privada do país, estimou uma redução de R$ 6 bilhões na Conta-ACR (conta centralizadora) com a adoção das bandeiras tarifárias, que tiveram procedimentos de aplicação a partir de 2015 aprovados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta terça-feira (30).
A companhia acrescentou em apresentação divulgada ao mercado nesta quarta-feira (1º) que há a necessidade de equacionamento de questões operacionais para a entrada em vigor das bandeiras em janeiro do próximo ano, mas não deu detalhes no documento.
A Conta-ACR tem como finalidade cobrir, total ou parcialmente, as despesas incorridas pelas distribuidoras de eletricidade entre fevereiro e dezembro de 2014 geradas por exposição involuntária no mercado de curto prazo e gastos com energia de térmicas.
A Aneel também aprovou na véspera a cobertura pela Conta-ACR dos gastos das distribuidoras com o risco hidrológico. As hidrelétricas têm gerado menos energia neste ano, já que um fraco regime de chuvas prejudicou o nível dos reservatórios das usinas.
BANDEIRA TARIFÁRIA
A aplicação das bandeiras tarifárias no ano que vem poderá reduzir o gasto das distribuidoras no curto prazo, que neste ano resultou em necessidades de financiamento de R$ 18 bilhões pelos bancos.
A redução deverá ocorrer uma vez que o custo da energia mais cara, diante do acionamento de térmicas, será repassado mensalmente para os consumidores e não mais será carregado pelas empresas até o próximo reajuste de tarifas.
Em teste desde 2013, o sistema de bandeiras tarifárias deveria ter entrado em operação em janeiro deste ano.
Atualmente, esse custo só aparece na conta de luz uma vez por ano, quando a Aneel autoriza o reajuste das tarifas cobradas das distribuidoras.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
COMO FUNCIONA
O sistema prevê três cores de bandeira: verde (geração de energia encontra-se normal), amarela (geração menos favorável) e vermelha (nível mais custoso de geração).
A cada mês, o consumidor é avisado da bandeira vigente. Quando for amarela ou vermelha, o custo é maior. "É um mecanismo lógico. Seu abandono num momento de inflação perto do teto, dá atender que foi apenas para evitar o reajuste", afirma Christopher Vlavianos, presidente da comercializadora de energia Comerc.
A Aneel vem divulgando quais seriam as bandeiras válidas caso o sistema já estivesse em vigor. Este ano, não houve bandeira verde em nenhum mês para nenhuma das regiões. Em janeiro, vigorou a bandeira amarela e, nos meses seguintes, a vermelha para quase todo o país - a única exceção foi a região Sul em julho, que recebeu amarela.
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