Empresários buscam ação social em '2º ato'
Em 2009, Jonathan Carson, 42, e seu sócio, Eric Kurtzman, venderam sua empresa, a KCC, por mais de US$ 100 milhões. Os dois assinaram contratos de três anos para continuar no comando do negócio. Depois que o acordo expirou, Carson teve dificuldades para manter uma abordagem empreendedora dentro de uma grande companhia e decidiu sair.
A transição o levou a fazer perguntas a si mesmo que jamais havia considerado: se não era mais dono de uma empresa, o que passara a ser? A que dedicaria seu tempo? As questões de Carson são cada vez mais comuns entre os empreendedores de sucesso que, depois de vender uma empresa, decidem que são jovens para a aposentadoria.
J. Emilio Flores/The New York Times | ||
Jonathan Carson, que criou máquina de água com amigo |
"No passado, aposentar-se jovem era uma marca de sucesso", diz Marc Freedman, fundador da Encore.org, uma organização que ajuda as pessoas a encontrar oportunidades na segunda metade de suas vidas. "Agora, muita gente se vê em queda livre de identidade. Elas percebem que o senso de quem são está associado ao importante trabalho que faziam."
Essas preocupações levaram alguns antigos proprietários de empresas a redirecionar sua capacidade e seus recursos a um segundo ato –não necessariamente da mesma maneira que agiram no ato inicial de suas carreiras.
Enquanto o primeiro ato de um empreendedor em geral envolve criar algo de impressionante e ganhar dinheiro, diz Jennifer Kalita, consultora e orientadora de negócios em Washington, o segundo é tipicamente mais pessoal e menos concentrado no lucro.
"Esse segundo momento gira mais em torno daquilo que ele gostaria de fazer "" por seus clientes, pelo ambiente e pelo legado que deseja deixar", afirma Kalita.
Depois da venda da KCC, Carson conversou de passagem com um amigo que o ajudou a compreender que o que ele queria era criar uma companhia, mas com missão social. A oportunidade surgiu por meio de outro amigo, que estava desenvolvendo aos poucos uma tecnologia para produzir água potável a partir da umidade do ar.
Os dois criaram uma empresa chamada Skywell. "Vamos ter impacto positivo sobre a crise mundial da água, por meio de um foco empreendedor muito firme", afirma o empresário. "E vamos nos divertir muito."
Antes de criar a Encore, Freedman, 56, ajudou a fundar o Experience Corps, organização que ajuda jovens a escapar da pobreza ao aproximá-los de adultos que funcionam como mentores.
Foi por intermédio desse projeto que Freedman se convenceu de que os empreendedores mais velhos representavam uma fonte inexplorada de capital humano. A ideia o levou a criar a Encore (inicialmente conhecida como Civic Ventures), para expandir o Experience Corps e encorajar pessoas na casa dos 50, 60 e 70 anos a empregar seus conhecimentos em setores como educação, saúde e ambiente.
Dados de uma pesquisa feita em 2010 pela organização e por outras instituições indicam que cerca de 25 milhões de pessoas entre os 44 e os 70 anos nos Estados Unidos tinham interesse em criar empresas. De uma amostra das pessoas pesquisadas, o projeto estimou que mais de 12 milhões de pessoas desejavam fazer impacto social positivo por meio do empreendedorismo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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