Inflação da água e de refrigerantes em SP é maior que a média do país
Em meio à crise no abastecimento de água, o preço de bebidas do cotidiano, como água mineral e refrigerantes, subiu neste ano mais na Grande São Paulo do que em outras regiões metropolitanas do país.
A alta foi de 10,72% no acumulado de janeiro a setembro, segundo o último IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), o indicador oficial de inflação. Essa variação é maior que o aumento médio de 6,24% verificado no mesmo período no conjunto das regiões metropolitanas.
Esse descolamento entre o aumento do preço em São Paulo e a média do país já era maior neste ano do que em 2013, mas ficou mais forte a partir de agosto. Ao longo de 2013, as variações dos preços desse grupo em São Paulo seguiam as tendências da média nacional.
O setor ainda não atribui o aumento à crise de água, porém. Segundo o presidente da Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais), Carlos Alberto Lancia, o problema são os custos da produção. "Tivemos um aumento de 8% a 10% influenciado pelo custo da mão de obra –já que o dissídio da categoria foi em setembro– e pelos custos de produção e de energia elétrica."
Ao menos 67 municípios de São Paulo e Minas Gerais têm sofrido interrupção do abastecimento de água nas últimas semanas, segundo reportagem publicada pela Folha nesta terça-feira (21).
No último final de semana, algumas lojas chegaram a ficar sem galões de água mineral de 5 litros. "Pode ser que as lojas não tivessem estoque suficiente, mas não foi problema de desabastecimento", diz Lancia. Isso só teria ocorrido em lugares que sofrem há vários meses com a estiagem, como Itu.
As redes Extra e Pão de Açúcar negam a falta de produtos e informam que houve um aumento de 37% nas vendas de água mineral na primeira quinzena de outubro em relação ao mesmo período de 2013. Segundo o grupo, as embalagens maiores (5, 6 ou 10 litros) e pacotes promocionais são os mais procurados.
Já o Walmart registrou uma expansão de 50% nas vendas de água mineral nos primeiros dez meses do ano frente a igual período de 2013.
Segundo Lancia, porém, não há risco de faltar água mineral para beber, mesmo com a crise hídrica. "A oferta de água mineral é três vezes maior que o consumo. Se a água for utilizada somente para consumo, não existe esse risco", disse.
O setor prevê aumento de até 30% nas vendas de água mineral neste ano. No ano passado, o crescimento foi de 15%.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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