'Inflação do aluguel' avança 2,96% em 12 meses com alta no atacado e no varejo
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) avançou 0,28% em outubro, após subir 0, 20% no mês anterior, pressionado pela aceleração dos preços produtos agropecuários, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (30).
O resultado do mês ficou acima das expectativas do mercado que, segundo pesquisa da agência Reuters, esperava alta de 0,20% em outubro.
No acumulado do ano, o indicador sobe 2,05% e, em 12 meses, avança 2,96%. O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel de imóveis.
COMPONENTES
Ele é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. A alta deste mês foi puxada pelos três subíndices que compõem o IGP-M: atacado, varejo e construção civil.
Segundo a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) –que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral– acelerou a alta a 0,23% em outubro, após 0,13% em setembro.
Neste caso, uma dos destaques foram os Produtos Agropecuários, cujos preços avançaram 0,90%, após alta de 0,10% no mês anterior. Neste período, os preços do café em grão avançaram 7%, sobre 3,36 por cento, enquanto que os de tomates cresceram 24,41%, após terem recuado 11,55% em setembro.
Segundo a FGV, o Índice de Preços ao Consumidor, com peso de 30% no IGP-M, avançou 0,46%, frente à alta de 0,42% em setembro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,20% em outubro, contra 0,16% no mês anterior.
JUROS
Diante de sinais de mais pressão sobre a inflação, o Banco Central surpreendeu na noite passada e elevou a Selic para 11,25%.
As apostas no mercado eram de manutenção de juros neste momento, com possibilidade de alta a partir de dezembro deste ano.
O aperto monetário, três dias após a reeleição da petista, foi visto no mercado como uma tentativa de reconquistar a credibilidade da política de combate à inflação.
No comunicado da decisão, o Copom informou que "a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável". Os "preços relativos" que vinham sendo citados pelo BC como responsáveis pela inflação recente eram as tarifas e o câmbio.
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