Portabilidade é saída para cliente negociar entrada em fundo melhor
Não gostou do rendimento do plano de previdência? O cotista pode mudar para a concorrência. Basta encontrar outro fundo mais vantajoso com a mesma modelagem e regra de tributação, pedir a portabilidade na instituição de destino e aguardar até cinco dias úteis para que seja concluída (veja quadro).
A maior dificuldade, segundo especialistas, é escolher um fundo melhor para migrar sem mudar as características originais. Não é possível levar o dinheiro acumulado em um fundo do tipo PGBL para um VGBL ou trocar o sistema tributário de progressivo para regressivo.
Nesses casos, o melhor é abrir um novo fundo com as características adequadas, seguir com o fundo anterior (sem aportar recursos), e aguardar um momento tributariamente favorável para o resgate, se for o caso.
Editoria de arte/Folhapress | ||
A portabilidade é indicada quando um cotista que paga taxas altas de administração, carregamento (na aplicação) ou na saída (resgate) barganhar condições melhores.
Muitas vezes, a concorrência tem um fundo semelhante com performance melhor em um ano, mas que não consegue manter o mesmo nível de retorno em longo prazo.
A maioria dos bancos oferece fundos semelhantes em termos de custos e de performance. Normalmente, consegue um custo menor o cliente com mais relacionamento e negócios no banco. Isso tem desestimulado parte dos cotistas de alta renda a migrar sucessivamente de um fundo para outro, como ocorria nos anos anteriores.
A concorrência pelos cotistas é conhecida no mercado por "rouba-monte", alusão ao jogo de baralho em que os jogadores obtêm sucessivamente as cartas do outro.
Para Osvaldo Nascimento, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada), a portabilidade parece perder força nesse segmento porque muitos cotistas estão mudando de plano dentro do banco.
"Não tem mais essa coisa de 'rouba-monte'. A portabilidade acontece mais dentro do mesmo banco, quando o cliente entende melhor as regras e procura um produto mais indicado ao seu caso."
No período de janeiro a junho deste ano, os cotistas fizeram portabilidade de R$ 3,618 bilhões. A expectativa é que some mais de R$ 7 bilhões em 2014, acima dos R$ 6,653 bilhões de 2013.
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