Cartel do petróleo busca saída para conter queda da cotação
Às vésperas da reunião da Opep (cartel que reúne grandes produtores mundiais de petróleo), a Arábia Saudita, principal membro do grupo, disse que os países do golfo Pérsico "chegaram a um consenso" sobre os rumos da produção do combustível.
O ministro saudita Ali al-Naimi não disse, no entanto, se o país, o Kuait, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar vão defender na reunião desta quinta (27) e sexta-feira (28) um corte na produção do cartel ou se vão mantê-la nos patamares atuais.
A reunião da Opep, em Viena (Áustria), é uma das mais aguardadas desde as realizadas na época da crise financeira global, em 2008, quando o preço do barril chegou a bater seu recorde, US$ 145, em julho, e terminou o ano na casa dos US$ 30.
Desde junho, o preço do barril tipo Brent (negociado em Londres) já recuou 30% e está sendo negociado por cerca de US$ 75, reflexo do aumento da produção por parte dos EUA e a consequente queda nas importações americanas de petróleo.
"Vamos lembrar que a Opep não está sozinha na produção. A produção americana [de petróleo de xisto] começou humilde e agora é um grande integrante do fornecimento global", afirmou Suhail Al Mazrouei, ministro do Petróleo dos Emirados Árabes Unidos.
O ministro minimizou a importância da reunião desta semana do cartel. "Eu acho que não devemos entrar em pânico. Não existe nada que nos leve a isso. Sim, há um excesso de oferta, mas este não é um problema da Opep. O mercado vai consertá-lo."
Ele não disse qual a posição que o cartel deverá tomar no encontro em Viena. Afirmou, no entanto, que a reunião será "um teste" sobre se um consenso pode ser obtido pelo grupo formado por 12 países -entre eles, Venezuela e Equador.
Heinz-Peter Bader/Reuters | ||
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, em Viena, onde a Opep se reúne |
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