Fazenda vê crescimento do PIB ainda modesto e inferior ao desejado
O Ministério da Fazenda afirmou nesta sexta-feira (28), em nota, que a economia entrou em processo de retomada do crescimento, embora em ritmo ainda modesto e inferior ao desejado.
Diferentemente do usual, no último resultado importante divulgado pelo ministro da Fazenda Guido Mantega no cargo não houve entrevista coletiva para comentar o resultado do PIB.
A economia brasileira cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2014, segundo divulgou nesta sexta-feira (28) o IBGE. Embora pequena, essa expansão tira a economia do país do quadro de recessão técnica em que se encontrava, após dois trimestres seguidos de queda na atividade econômica.
A nota destaca a queda de 0,3% no consumo das famílias, e justifica que esse resultado reflete a escassez de crédito em um ambiente de restrição monetária para combater a inflação.
"É importante destacar que o crédito começa a dar sinais de melhora, mas ainda está aquém do necessário para levar a taxa de crescimento do consumo das famílias para uma situação de normalidade", diz a nota.
Para alavancar o consumo e a demanda interna, o governo editou várias medidas de estímulo ao crédito, como facilitação do crédito consignado e incentivo para que bancos emprestem mais dinheiro para compra de carros.
No entanto, a falta de crédito tem sido um dos motivos do fraco desempenho do mercado interno, aponta do governo.
INDÚSTRIA E INVESTIMENTOS
O ministério destacou a expansão de 1,7% da indústria e de 1,3% dos investimentos. "A retomada do investimento é fundamental para que o crescimento econômico se acelere e tenha sustentação ao longo do tempo", afirma.
A nota justifica que a queda de 1,9% na agricultura no terceiro trimestre, verificada pelo IBGE, foi decorrência da seca prolongada, que afetou importantes plantações, como da cana de açúcar e café.
O ministério defende que a economia brasileira apresenta "fundamentos macroeconômicos sólidos e tem todas as condições para apresentar no quarto trimestre e em 2015 um crescimento mais intenso".
A nota foi despachada do gabinete do ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, desde esta quinta-feira (27), data do anúncio da nova equipe econômica, trabalha de seu gabinete em São Paulo.
NOVO COMANDO
A presidente Dilma Rousseff oficializou o nome de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e a manutenção de Alexandre Tombini no Banco Central. A confirmação foi feita somente na tarde desta quinta-feira.
Durante o anúncio, o discurso dos novos ministros deixou clara a linha geral de trabalho: ajuste gradual e crível das contas, fim das transferências de recursos do Tesouro para bancos públicos, transparência e reequilíbrio da economia como condição para manutenção das políticas sociais.
Até o momento, não foi divulgada a data oficial para a transição da equipe econômica.
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