Petróleo cai ao menor valor desde a crise mundial de 2009
O petróleo atingiu, nesta sexta (28), a menor cotação desde a crise financeira global de 2009, com a perspectiva de uma guerra de preços.
O barril negociado na Bolsa de Nova York despencou 10%, negociado a US$ 66,15 no contrato com vencimento em janeiro –referência no mercado internacional. A cotação é a menor desde 25 de setembro de 2009.
O mercado respondeu à decisão da Opep (organização dos países exportadores) de manter a sua meta de produção em 30 milhões de barris ao dia no primeiro semestre, mesmo diante de preços mais baixos nos últimos meses.
Desde setembro, a commodity já vinha apresentando queda superior a 30%.
Analistas interpretaram a decisão como uma tentativa da Opep de conter o avanço da exploração de petróleo por meio da técnica de fraturamento hidráulico, o chamado "fracking", nos EUA.
Com ela, a produção norte-americana atingiu o maior nível em 30 anos, contribuindo para um superavit de petróleo no mercado global.
Como a expansão dos EUA na produção de petróleo significa uma queda na demanda por barris da Opep, o cartel tenta, com o jogo de preços, eliminar novos concorrentes do mercado.
Estimativas para o custo de extração de petróleo por meio do "fracking" nos EUA variam bastante, mas a referência mais utilizada pelo mercado é de US$ 60 por barril. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), ele vai de US$ 40 a US$ 80.
"Mas esse é o custo operacional, não é o custo de novos empreendimentos", diz Walter de Vitto, analista do setor de petróleo da Tendências Consultoria. "Esse novo preço do petróleo começa a minar a capacidade de investimento em novos projetos."
Projetos com custo mais alto, como os do Canadá, serão os primeiros a serem abandonados, diz ele. Explorações novas em águas ultraprofundas, como as do pré-sal, também podem sofrer caso os preços caiam ainda mais.
Nos membros da Opep, o custo de extração é o mais competitivo do mundo. No Brasil, por exemplo, a Petrobras tem um custo de extração de aproximadamente US$ 15 por barril, em média.
Segundo De Vitto, no Oriente Médio esse valor é muito menor. Logo, os exportadores teriam bastante gordura para queimar até que o mercado atinja o equilíbrio entre oferta e demanda.
Ele ressalta, no entanto, a elevada dependência da commodity nesses países. Desvalorizações muito significativas e duradouras do preço do petróleo, portanto, podem causar problemas a economias mais frágeis do cartel.
As ações de petroleiras caíram com a nova guerra de preços. Os papéis da ExxonMobil caíram 4%, e os da Chevron, 5%. No Brasil, a Petrobras teve queda de quase 5%.
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