Leilão de fazenda mais valiosa da Boi Gordo termina sem comprador
Terminou sem sucesso o leilão da maior e mais valiosa propriedade da massa falida da Boi Gordo, a fazenda Realeza do Guaporé I e II, situada em Comodoro (MT), cujo tamanho é próximo à área urbana da cidade de São Paulo.
Segundo o advogado Gustavo Sauer, síndico da massa falida, o leilão deve ser retomado somente no primeiro trimestre do ano que vem e pode passar por reformulações.
A fazenda estava avaliada em R$ 395 milhões e foi divida em nove blocos por uma empresa especializada em serviços de geotecnologia e inteligência em agronegócios.
O objetivo foi subdividir a área, de 134 mil hectares, de acordo com a sua vocação: produção de grãos, exploração de pecuária e área de mata para a compensação de reserva ambiental.
Reprodução | ||
Imagem da fazenda da Boi Gordo, em Comodoro (MT), que foi à leilão nesta segunda-feira (15) |
De acordo com o síndico, a situação de deterioração da economia, as incertezas políticas quanto ao rumo do Ministério da Agricultura e o fato de parte das áreas estarem ocupadas irregularmente podem ter dificultado a venda.
Ele também mencionou que o leilão ocorreu no mesmo dia em que manifestantes ligados a movimentos dos sem-terra e contrários à indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o ministério invadiram a sede da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em Brasília.
O valor da fazenda Realeza do Guaporé I e II (R$ 395 milhões) corresponde a pouco mais que o dobro do que está no caixa da massa falida para pagar credores lesados e passivos trabalhistas e fiscais. "São R$ 190 milhões com a venda de propriedades e com a renda de arrendamentos. Esse montante é suficiente para quitar os créditos trabalhistas e os tributários", diz Sauer.
Os 155 ex-funcionários que se inscreveram na falência devem começar a receber nesta semana os seus direitos. São cerca de R$ 70 milhões no total, e o maior montante (cerca de R$ 4,4 milhões) será pago a um ex-diretor.
Editoria de Arte/Folhapress |
ENTENDA O CASO
Aberta em 1988, a Boi Gordo pediu concordata 13 anos depois. O investidor aplicava em animais e receberia após 18 meses o lucro da venda do boi engordado.
A promessa era 42% de rendimento via certificados de investimentos, muito superior a outras aplicações que existiam na época, o que atraiu cerca de 30 mil investidores.
A lista de lesados inclui atores, atletas e até políticos. O dinheiro foi aos poucos desviado para outros negócios e a empresa passou a funcionar com um esquema de pirâmide: pagava contratos vencidos com recursos de novos investidores.
Quando os saques superaram os investimentos, a pirâmide ruiu. A Boi Gordo pediu concordata em 2001 e teve a falência decretada em 2004, com passivo de cerca de R$ 2,5 bilhões em valores da época. Hoje, estima-se que os valores atualizados chegariam a R$ 4 bilhões.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 18/04/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,02% | 124.196 | (17h38) |
Dolar Com. | +0,15% | R$ 5,2507 | (17h00) |
Euro | +0,23% | R$ 5,5983 | (17h31) |