Oposição critica balanço da Petrobras por não contabilizar desvios
A oposição criticou duramente a decisão do comando da Petrobras de não incluir na divulgação, nesta quarta-feira (28), de seu balanço do terceiro trimestre de 2014 os prejuízos com os desvios na estatal investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Para líderes do PSDB, DEM e PPS a medida representa uma "maquiagem", o que amplia a fragilidade do comando da empresa e deve provocar prejuízos financeiros e na credibilidade da empresa.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff em manter a presidente da estatal, Graça Foster.
"A publicação desse balanço fajuto joga uma pá de cal no último fiapo de credibilidade que teria Graça Foster para dirigir a Petrobras: só Dilma finge não ver", afirmou o senador em suas redes sociais.
Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a medida aprofunda a crise envolvendo a empresa.
"É preocupante não saber a profundidade do dano causado pela corrupção e aparelhamento na empresa. É um quadro realmente negativo e infelizmente faz coro a prática do governo de recorrer a manobras contábeis.
É mais um artifício para ocultar a falta de transparência que virou costume no governo", disse o deputado.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), classificou a medida como "irresponsabilidade".
"O mercado está inseguro com a situação da Petrobras. O momento deveria ser de transparência mostrando os problemas e sugerindo soluções. Contudo, não foi isso que vimos nesse balanço. Especialistas já apontam que a não divulgação representará mais desvalorização da companhia no mercado internacional", disse.
A não inclusão dos dados no balanço fez com que as ações da Petrobras despencassem nessa quarta-feira (28) e empurraram a Bolsa brasileira para o vermelho, com avaliações negativas em relação ao balanço não auditado da companhia no terceiro trimestre de 2014. O documento foi divulgado nesta madrugada, com mais de dois meses de atraso.
A queda fez com que o valor de mercado da petroleira passasse de R$ 128,7 bilhões na última terça-feira (27) para R$ 114,8 bilhões nesta quarta. Em 2010, a cifra era de R$ 380,2 bilhões, segundo dados da Bloomberg.
A principal queixa dos analistas foi que o balanço não contabilizou o dinheiro perdido em desvios investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e nem a perda de valor recuperável de alguns dos ativos da Petrobras por efeito do escândalo de corrupção.
O atraso na divulgação, prevista inicialmente para 14 de novembro, pretendia considerar tal ajuste.
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